Clemente viveu entre a segunda metade do século III e início do IV. Sobre a sua vida, as informações históricas são cheias de lendas.
No século VIII houve na França um movimento com o intuito de enobrecer a Igreja de Metz e para atingir essa finalidade, foi atribuída a Clemente uma origem apostólica. É assim que São Clemente foi apresentado como discípulo direto de São Pedro. Enviado a Metz para evangelizar a região, fundou um oratório no local de um anfiteatro romano e foi considerado o primeiro bispo da região. Nos séculos X-XIII, surgem cinco biografias de São Clemente de Metz inspiradas em fontes mais antigas. Essas narrativas são ricas de elementos folclóricos imaginativos e interessantes: São Clemente, por exemplo, teria libertado Metz de uma cobra monstruosa e, em geral, dos répteis aninhados no anfiteatro; teria também fundado igrejas e convertido soberanos.
No local do anfiteatro, bem conhecido pelos arqueólogos, existia na Idade Média a igreja de São Pedro de Arènes e, nas proximidades, a de São Félix, Mártir, mais tarde dedicada a São Clemente. No entanto, a identificação do oratório que teria sido edificado pelo próprio santo com uma dessas igrejas e, em particular, com a igreja de mesmo nome (que não podia ter seu nome antes do século VI-VII) não é sustentada por evidências.
Em 946, o mosteiro de São Clemente passou a ser beneditino, dirigido por São Cadroe de Waulsort.
Em 1090, as relíquias de São Clemente de Metz foram transferidas (em 19 de março ou 2 de maio) pelo bispo Heriman para a catedral de Metz. Na época da Revolução Francesa essas relíquias foram dispersadas com o desaparecimento da igreja, que em 1630 havia sido atribuída à congregação dos Vannistas (São Vanne e Santo Hidulfo).
São Clemente dá o título ao atual colégio jesuíta de Metz e é considerado protetor de muitas paróquias locais. O falecimento do santo se deu em data desconhecida e sua festa foi marcada para 23 de novembro, talvez devido a uma identificação com o Papa São Clemente I, comemorada neste mesmo dia.
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