domingo, 27 de agosto de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “Ficai atentos!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
O fim do mundo para os filhos
 
Com o Advento, iniciamos um novo Ano Litúrgico, o Ano da Graça do Senhor. Ele é um sacramento que nos mostra a vontade de Deus e a realiza em nossa vida como plenitude. O Advento tem dois temas: O fim dos tempos, com a vinda do Filho de Deus, e a celebração de Sua vinda no Natal. O tema dos três primeiros domingos do Advento são as últimas realidades da vida e do mundo. O Advento é um tempo forte do Espírito que nos prepara para ir ao encontro do Senhor. A espera nos fortalece na fé. Fica a impressão de que a chegada repentina do Senhor vai nos passar um susto. Quando será? Não podemos ter esta preocupação. Basta ouvir as palavras de Jesus: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24,37-44). Assim Jesus nos previne e sustenta a fragilidade da comunidade diante das inseguranças do futuro. A futura vinda não faz parte de nossas preocupações. Podemos estar anestesiados e, assim, despreparados. O tempo do Advento nos coloca voltados para o Senhor que virá. Há diferença entre o fim para os filhos e para os que viviam como no tempo de Noé: “Comiam, bebiam, casavam-se, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam até que veio o Dilúvio e arrastou a todos” (Mt 24,38-39). A expressão “comiam e bebiam, casavam-se...” é uma maneira de os semitas expressarem o materialismo e a vida sem Deus e sem sentido. Construir a arca era uma advertência da Palavra de Deus que não foi ouvida. A palavra vigiar faz lembrar as diversas parábolas sobre a vigilância, como aquela das 10 virgens. Não se refere a medo e a insegurança, mas indica a vida da fé operante na caridade, como explica Paulo. 
Vestir-se as armas da luz (Rm 13,12) 
Os Sacramentos ajudam a viver o dia da dia da esperança. Em cada Eucaristia clamamos: “Vem, Senhor Jesus!”. Adiantamos a vinda e assumimos a missão de construir. Revestidos de Cristo, estamos prontos a ir com Ele e ao mesmo tempo construir o mundo novo, como proclama o profeta Isaías: “Os povos transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; Não pegarão em armas uns contra os outros... deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”(Is. 2,4-5). Uma fé que não penetre o social, é de se perguntar se é fé ou teoria. O juizo final vai ser sobre esta dimensão. Revestir-se do Senhor Jesus é viver Sua Vida e atuar na sociedade renovada. Revestir-se é o caminho para a divinização. Paulo recomenda evitar as concupiscências da carne (Rm 13,13). 
Hora de despertar 
A oração nos alerta para o fundamental da vida: “Amar o que é do céu. E, caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam” (Pós-Comunhão). Paulo, dizendo que “agora a salvação, está mais perto de nós do que quando abraçamos a Fé”, estimula-nos a ficarmos vigilantes pois “é hora de despertar” (Rm 13,11). Noé estava desperto e fez a arca, mesmo diante da incredulidade de seus concidadãos. Estar desperto é a atitude do filho que tem certeza de ser buscado pelo Pai. O Reino de Deus é aberto a todos os que queiram aprender os caminhos de Deus. O Salmo canta: “Que alegria quando me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor’”! Celebrar a vinda do Senhor no Natal e no fim dos tempos é assumir uma atitude de construir um mundo novo.
Leituras:Isaias 2,1-5;Salmo 121;
Romanos 13,11-14; Mateus 24,37-44 
1. Novo Ano Litúrgico. O Advento tem dois temas: Vinda de Cristo no fim dos tempos e sua vinda na carne. Refletimos nos 3 primeiros domingos sobre a Vinda do Filho e as últimas realidades. O Espírito nos prepara para esperar. O fim vem de repente e alerta estamos atentos. No tempo de Noé estavam despreocupados. É hora da vigilância. 
2. Os sacramentos nos ajudam a viver a esperança. Revestidos de Cristo estamos prontos a ir com ele e ao mesmo tempo de construir o mundo, como proclama Isaias: as espadas se transformarão em foices.... Uma fé que não penetre social, pode não ser fé. Revestir-se do Senhor é viver sua vida e atuar na sociedade. 
3. A oração pós-comunhão nos alerta a amar o que é do céu e abraçar o que não passa. Paulo estimula a ficarmos vigilantes. Noé estava desperto. Esta é a atitude do filho que tem certeza de ser buscado pelo Pai. O Reino é aberto a todos. 
O susto da vida Iniciamos um novo Ano Litúrgico. Não é um calendário que se repete, mas um ano da graça do Senhor. É a graça de participarmos da vida de Cristo, no seu corpo que é a Igreja. Ao iniciar o ano temos uma visão do fim para podermos viver intensamente. Jesus é Aquele que vem vivo e dá o Espírito que o faz sempre Deus Conosco. Estamos sempre levando sustos em nossa vida. Um dia será o susto final. Quando? “Fiquem atentos porque não sabe em que dia virá o Senhor” (Mt 24,37-44). A comunidade era pobre, fraca e insegura quanto ao futuro. A resposta de Jesus lhe dá a segurança de que, estar preparada, é a garantia da vida. Hora de despertar do sono e estar vigilante, como Noé, que soube estar pronto e preparar a arca. O Reino de Deus é aberto a todos os que queiram aprender os caminhos de Deus. O Salmo canta: “Que alegria quando me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor’”! O Advento é uma proposta de renovação. Isaias traz em seu coração o desejo de todos os povos: que termine todo o sofrimento e possamos viver em paz, tirando melhor proveito do que é dedicado à destruição. A luz do Senhor pode nos guiar. Celebrar a vinda do Senhor na carne e no fim dos tempos é assumir uma atitude desperta de construir um mundo novo. 
Homilia do 1º Domingo do Advento (28.11.10)

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