Aristides ficou conhecido devido aos registros históricos de Eusébio de Cesareia e de São Jerônimo. Viveu durante o império romano de Adriano e Antonino Pio (138-161).
Chegou ao cristianismo através da leitura das Sagradas Escrituras e continuou a ensinar filosofia, ganhando a admiração de muitos devido à sua eloquência.
Enquanto vivia em Atenas, no final século II, escreveu uma apologia dirigida ao imperador Adriano. Segundo a História Eclesiástica de Eusébio, o imperador Adriano ter-se-ia convertido a uma religião mistérica quando da sua estadia na Grécia (123-127) e, na sequência aconteceu uma explosão de zelo por parte de fieis pagãos, ocorrendo uma dramática perseguição aos cristãos. Para reprimir esse impulso indesejado, Aristides escreveu apologias que levaram Adriano a escrever ao pró-cônsul da Ásia, Minucius Fundano, para pôr fim à perseguição aos cristãos e para evitar que fossem denunciados e condenados sem acusações formais e bem fundamentadas. Nesta ocasião produziu dois textos apologéticos: Quadrato e a Apologia de Aristides.
Diz a tradição que ele morreu mártir, não se sabe com precisão a data.
A Apologia de Aristides teve uma história singular. Era conhecida por Eusébio e São Jerônimo e foi citada por eles como fonte. Não é mencionada por nenhum dos primeiros escritores cristãos. Esta Apologia visava demonstrar que os cristãos eram os únicos detentores da verdadeira noção de Deus, demonstrando as inconsistências das concepções dos caldeus, gregos e egípcios. Demonstra, ainda, o caráter elevado da vida moral cristã em profundo contraste com as corruptas práticas pagãs. As circunstâncias descritas por Eusébio e alguns indícios de catástrofes ocorridas no império, presentes na Apologia, não permitem que a escrita seja colocada durante o império de Antonino Pio.
Em 1878, monges mekitaristas de Veneza descobriram um fragmento armênio da Apologia de Aristides, seguido pela descoberta do mesmo texto, também em armênio, por Conybeare e Eemin.
Em 1889, foi feita uma feliz descoberta por J. Rendell Harris, que encontrou na Biblioteca do mosteiro de Santa Catarina do Sinai um códice siríaco contendo a tradução da Apologia. Com base neste documento, J.A. Robinson identificou o texto grego inserido, com adaptações, no romance grego de Barlaam e Ioasaph, atribuído ao São João Damasceno.
Finalmente, em 1922 e 1923 alguns fragmentos gregos foram descobertos em papiros, notáveis pelo conhecimento do texto primitivo da obra.
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