O amargor da fruta do Paraíso permanece ainda na boca dos “miseráveis filhos de Eva”. O fruto proibido produziu os frutos que são nossos pecados. O doce fruto da nova Eva, Maria, deu ao mundo o gosto de viver... Por isso rezamos: “Bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus”. A Igreja, pelo Papa Pio IX, reconheceu que Maria, em vista dos méritos de Cristo, foi concebida sem o pecado original e enriquecida com toda a graça. Esta verdade, acreditada desde os primórdios da Igreja, defendida pelos séculos, foi proclamada no dia 8 de dezembro de 1854. Maria, ao cantar seu hino de louvor, reconhece: “O Senhor fez em mim maravilhas”. Ela se fez a Serva e nela se cumpriu a vontade de Deus. Deus a escolheu para ser a Mãe do Filho bendito, Jesus. foi a aurora que anunciou a salvação, pois através dela, Deus nos deu o Salvador, Cristo Senhor. Maria, ao receber o anúncio do Anjo Gabriel: “Salve, ó cheia de graça”, recebe a proclamação da ação de Deus. Nela havia toda graça para que nos viesse o Salvador. Ela é o símbolo da humanidade que acolhe a salvação. Celebrando a Imaculada Conceição, a Igreja acolhe-a como dom de Deus.
Um compromisso
A bela narrativa da criação e do pecado dos primeiros pais, é um retrato do que somos. Ali, depois da desobediência, Deus vai ao encontro do homem e lhe pergunta: “Adão, onde estás?”. O homem se escondera, de vergonha, pois o pecado o mostrara nu. Antes estava sem roupas diante de Deus, na pureza da graça criadora e não tinha vergonha. Descobrir que estava nu era sentir-se despido da graça e estar à mercê da vergonha do pecado. Maria, a nova mulher, está vestida do Sol da graça na pureza total do corpo e da alma. Com o Batismo recuperamos a graça original, na beleza do homem criado à imagem de Cristo (Rm 8,29), com o compromisso de viver revestido de Cristo (Gl 3,27) e tecer para si vestes das boas obras. Proclamar Maria Imaculada é acolher Jesus como Salvador que nos purifica, “pois Ele salvará seu povo de seus pecados (Mt 1,21). Reconhecer o dogma é colocar-se na dinâmica desta verdade que é o futuro d o povo de Deus. Paulo diz: “Todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (2Cor 3,18), como Maria. Ela concebida sem pecado, anima a humanidade a não conceber o pecado.
Fruto novo
Tudo o que Deus ofereceu a Maria é para o povo de Deus. Ela está intimamente ligada ao Filho e por isso participa de sua vida e missão. Está unida à Igreja que também é predestinada a ser santa e imaculada no amor (Ef. 1,4). Quando o Anjo a saúda, diz Salve, cheia de graça, reconhece nela toda a ação de Deus. Como Maria, a Igreja acolhe, em coração purificado o Dom de Deus, Jesus. A pureza de Maria recupera para nós a beleza do Paraíso. Por meio de Maria veio Jesus que nos recupera a pureza original do homem. Deus vestiu o homem de peles. Agora nos reveste por dentro, como vida, do próprio Filho Jesus. A festa da Imaculada Conceição de Maria é um compromisso e provocar uma onda de purificação em toda a humanidade e a anime a não conceber o pecado. Louvando a Imaculada Conceição de Maria, louvamos a Deus que colocou na pessoa humana a riqueza da sexualidade que santifica. Em Maria Imaculada, sempre Virgem, Deus recupera no homem e na mulher o amor, o afeto, a entrega mútua, como caminho para Deus.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM DEZEMBRO DE 2010
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