As Escrituras proclamam o Dia do Senhor, contemplando principalmente a realização da ira de Deus que vem para o acerto de contas. Essa temática já está presente no século VIII AC. O povo já tinha a experiência da queda de Jerusalém e da destruição do templo no ano 586 e AC e então, no ano 70, a destruição da cidade e do templo. A comunidade vivia a experiência de grandes sofrimentos tanto na perseguição como nos cataclismos. Isso leva à reflexão da vinda do Senhor. Esta linguagem é cifrada, e se chama apocalíptica. Usa símbolos para criar o ambiente. Jesus se refere ao fim dos tempos. Há uma constante: para os justos, será a libertação depois de muitos sofrimentos. Nestas circunstâncias aparecem pessoas que alarmam o povo. Por isso Ele diz: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome dizendo: ‘Sou eu’ ou ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente”! (Lc 21,8). É tempo de perseguição. A causa da perseguição é a fé em Jesus: “Todos vos odiarão por causa de meu nome” (17). Nós também vivemos tempos assim. Temos também tempos de convulsão, guerras, acidentes. Os tempos atuais são iguais aos que existiram antes. Surgem os profetas do fim dos tempos. Agora falam do calendário asteca que prevê para 2012 o fim. Já previram outras vezes. Vivemos também a situação de risco de as estruturas da Igreja serem abaladas. São os escândalos, as calúnias. Como diz Jesus: “Não será o fim” (9). Suponhamos a destruição das estruturas físicas da Igreja, como Vaticano. Ou a difamação. A vida continua. Pode se tornar até uma purificação necessária. Na Igreja aparecem pregadores que falam coisas assustadoras. Não os sigais!
Vivendo o fim agora
Vivemos a tendência para o fim. Não podemos viver preocupados com um fim distante que pode chegar a qualquer momento. Já temos tudo o que esperamos. Dizemos: ‘Temos agora, mas não ainda’, para expressar o definitivo que vivemos no provisório. Vivemos situações difíceis: A Igreja vive um processo de purificação, por isso temos tantas perseguições. O mundo se paganiza cada vez mais. Parece que a religião está fadada a desaparecer. Não nos preocupemos, pois Jesus está em nosso meio. Não somos um punhado de teorias ou um sistema de governo. Somos um povo que vive problemas, mas estamos unidos ao Senhor da Vida. Precisamos de mudanças no modo de ser cristão. Há muito que se mudar. Há muita resistência às mudanças. Como viver os tempos de convulsões sociais, no momento atual? A fé em Jesus nos dá a serenidade suficiente. Procuremos não nos envolver com pessoas interessadas em assustar.
Permanecei firmes
O evangelista descreve essas situações para confortar os fiéis. Mesmo perseguidos, estarão garantidos. “Não perdereis um só fio de cabelo de vossa cabeça” (18). É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida (Lc 21,18-19). “Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça trazendo a salvação em suas asas!” (Ml 3,20). Diante destas situações, somos convocados e continuar o testemunho. O Apocalipse anuncia a perseguição, mas confirma a vitória. Paulo recomenda: “Trabalhando, comam na tranqüilidade o seu próprio pão” (2Ts 3,12). Reunidos para celebrar, contamos com a presença do Senhor.
Leituras: Malaquias 3,19-20ª ; Salmo 97;
2 Tessalonicenses 3,7-12;Lucas 21,5-19
1. As Escrituras proclamam o Dia do Senhor, como uma vingança. O povo tem a experiência da queda de Jerusalém e destruição do tempo. Há uma linguagem apocalíptica. A comunidade vive nas perseguições. Jesus alerta para não serem enganados. Sempre existiram os cataclismos. No momento atual, até as estruturas da Igreja podem ser abaladas.
2. O fim dos tempos para nós já se realiza no momento presente. A Igreja está em processo de purificação, por isso vemos tantas perseguições. Não nos preocupemos, pois o Senhor está em nosso meio. Precisamos de mudanças no modo de ser cristão. A fé em Jesus nos dá serenidade suficiente.
3. O evangelista descreve estas situações para confortar os fiéis. Não temos o que temer, pois estamos garantidos. Diante destas situações somos chamados a continuar o testemunho. Paulo convida a comer em tranqüilidade o próprio pão.
Ninguém escapa!
Chegados ao fim do Ano Litúrgico e iniciando brevemente o Advento, entramos numa temática de fim dos tempos. Ela usa os temas de uma revolução da natureza e dos povos que anunciam o fim. Não se quer dizer como será o fim, mas que haverá um dia em que as coisas se modificarão. O calendário asteca promete o fim para 2012. Mas, quem conhece a história sabe que sempre temos os que anunciaram o fim. Mas não ocorreu.
Todos estes acontecimentos cruéis da natureza e dos povos sempre aconteceram. E não passou.
O que importa é a situação do povo de Deus, que, mesmo perseguido, está garantido: com tudo o que farão, “vós não perdereis um só fio de cabelo de vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21,18-19). “Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça trazendo a salvação em suas asas!” (Ml 3,20).
Como viver o tempo da espera e dos acontecimentos traumáticos? Trabalhando e servindo a Deus de todo coração.
Homilia do 33º Domingo Comum (14.11.2010)
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