Evangelho segundo São Mateus 19,16-22.
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um jovem, que Lhe perguntou: «Mestre, que hei de fazer de bom para ter a vida eterna?».
Jesus respondeu-lhe: «Porque Me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas se queres entrar na vida, guarda os mandamentos».
Ele perguntou: «Que mandamentos?». Jesus respondeu-lhe: «Não matarás, não cometerás adultério; não furtarás; não levantarás falso testemunho;
honra pai e mãe; ama o teu próximo como a ti mesmo».
Disse-lhe o jovem: «Tudo isso tenho eu guardado. Que me falta ainda?».
Jesus respondeu-lhe: «Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro nos Céus. Depois, vem e segue-Me».
Ao ouvir estas palavras, o jovem retirou-se entristecido, porque tinha muitos bens.
Tradução litúrgica da Bíblia
(1098-1179)
Abadessa beneditina e doutora da Igreja
Os caminhos de Deus, cap. 4
O amor do Céu tem de se sobrepor
a qualquer outra preocupação
O amor celeste consiste em o homem conhecer e reconhecer a Deus, amando-O acima de todas as coisas. Este amor proclama: «Doce vida e doce abraço da vida eterna, bem-aventurança na qual residem recompensas eternas, tu és feito de verdadeiras delícias, ainda que eu nunca possa ser preenchido ou saciado com a alegria interior que está no meu Deus». O amor do Céu tem de se sobrepor a qualquer outra preocupação. E todas as obras boas são compostas por duas partes: o amor a Deus e o amor ao homem.
A disciplina segue o amor do Céu. É como uma criança, que não quer ser poderosa fazendo a sua própria vontade, mas quer permanecer fielmente no temor, na contenção e no respeito. Pela fé no amor, o homem liga-se à lei da disciplina. A virtude da misericórdia eleva-se para ir ao encontro dos pobres. Porque a misericórdia da sua graça encontra-se no coração do Pai eterno. Coloquei o meu Filho no seio da misericórdia quando o enviei ao seio da Virgem Maria. Justificado pelas virtudes, o homem torna-se capaz de olhar para a miséria do seu próximo e de o ajudar como a si mesmo nas suas verdadeiras necessidades. A misericórdia sussurra: «Estendo as minhas mãos ao estrangeiro, ao infeliz, ao pobre, ao doente e àquele que geme». Depois da misericórdia vem a vitória, pela qual o homem se vence a si próprio e aos vícios dos outros.
Liberto de todas as preocupações do século, ele volta-se para aquilo que é eterno em Deus na vida futura.
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