quinta-feira, 26 de junho de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “Igreja é comunhão”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Viver a Espiritualidade juntos.
          É comum a gente ouvir que religião é uma coisa pessoal. Cada é cuide da sua e não discuta. Certo, mas nem tanto. No modo de viver a fé cristã, segundo o mandamento de Jesus, nós formamos uma comunidade e somos um corpo, como nos explica S.Paulo: “o corpo é um, não obstante, temos muitos membros, mas todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, formam um só corpo. Assim acontece com Cristo [...] O corpo não se compõe de um só membro,mas de muitos” (1Cor. 12,12.18). Sendo parte uns dos outros no mesmo corpo, nosso modo de viver a fé é comunitário também. Depende da minha opção pessoal, viver em um corpo espiritual, a Igreja. A fé é para viver em comunhão com os que partilham da mesma crença. Do mesmo modo, a espiritualidade é eclesial. Vivemos a espiritualidade na participação da Igreja. Esta participação é espiritual, mas também pessoal, empenhando-se em estar unido aos demais. Na Igreja tudo é comum. “Eles tinham tudo em comum” ( At 4,32). Vivemos uma união espiritual, visível e humana.
Somos povo de Deus.
          O motivo primeiro desta união de espírito e vida provém do batismo que nos colocou e nos inseriu em uma Igreja, uma comunidade que é o povo de Deus. O ensinamento da Igreja é porque “aprouve a Deus santificar e salvar os homens, não singularmente, sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constituiu-os num povo que o conhecesse na verdade e santamente o servisse [...] Este povo é constituído por Cristo para a comunhão de vida, caridade e verdade” (LG. 9). O fundamento desta pertença é o modo como Deus quer nos salvar e santificar. Isso vai  terá conseqüências muito concretas em nossa vida. Não se trata de fazer tudo o que os outros fazem, mas descobrir nosso lugar no povo de Deus. Paulo salienta que cada um tem um ou mais dons e estes dons são dados a serviço de todo o povo de Deus.
Igreja lugar e meio de santificação.

            Quando falamos de espiritualidade, temos dificuldades de compreender seu alcance. Na verdade não há problemas, pois Deus não fez nada complicado. É simples. Vivemos a santidade na fraternidade. Ser fraterno é o primeiro passo. Vencendo o egoísmo e individualismo, saberemos dar-nos a nos mesmos para o bem dos outros. Sair de si, desapegar-se e participar é o caminho da espiritualidade. Esta participação vai ser realizada a partir do dom pessoal de cada um. O erro que vemos atualmente é querer que todos façam tudo. Cada um no próprio estado civil, sua profissão, seus dotes pessoais assume a parte que lhe cabe. A primeira parte é a família. Viver vida de família é a primeira etapa da espiritualidade. A Igreja jamais vai desistir da família. A partir da família temos a comunidade local onde vivemos. A participação vai das pequenas ajudas até assumir a política e cargos públicos. Política não é contra a fé nem contra a religião, pelo contrário ajudam. O Papa beatificou um jovem que era político (Alberto Marvelli 28 anos). Depois temos nossa comunidade paroquial à qual damos nossa colaboração. Assim por diante. Isso é viver a espiritualidade. Damos o testemunho de Cristo no mundo em que vivemos.

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