PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
1435.Dinamismo
da Graça
A
Eucaristia é o grande dom que Jesus preparou para nós no momento precioso de
sua vida entre nós que foi a Santa Ceia. No auge de seu amor, deu-Se na Cruz e,
querendo que esse dom permanecesse, deu este sacramento que é o memorial da redenção.
O Pão e o Vinho consagrados são o Corpo e o Sangue do Senhor. Ele está
presente. É uma questão de fé. Há quem não creia, mas saiba que vale a pena
crer, pois na Eucaristia temos todos os dons da salvação e por ela entramos em
comunhão com Deus no Corpo e Sangue de Cristo. Ela possui os dinamismos da Graça.
Por que usamos pão e vinho? Os antigos autores, homens que aprofundaram nossa Fé,
ensinavam que o que era visível na humanidade de Cristo é agora visível nos
sinais sacramentais. São símbolos, isto é, realizam o que significam.
Dinamismos da Graça são os dons que nos trouxe em sua obra de redenção. A
Eucaristia cura. Isso nos leva a sair da concepção da Eucaristia como prêmio
para os bonzinhos e puros, mas remédio para os pecadores. Jesus mesmo dizia: “Não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas sim os doentes. Ide, pois aprender o que significa: misericórdia é
que eu quero, e não sacrifício. Com efeito, eu não vim chamar os justos, mas os
pecadores” (Mt
9,12-13). A participação do sacramento é também para o crescimento. Quanto
mais acolhemos a graça da Eucaristia, mais entramos em comunhão com Cristo e
Nele, com a Trindade. Ela fortalece por ser alimento, carne do Senhor. A
dimensão alimento é fundamental, pois usa as palavras: tomai e comei, tomai e
bebei! Não podemos tomar a Eucaristia somente num sentido de piedade e devoção,
mas como busca de alimento para a Vida. A Eucaristia age em nós, é bom agirmos
com ela.
1436.Dinamismo
de vida
As missas de cura são muito procuradas. É verdade que a Eucaristia pode
curar nossos males. Como é todo o mistério de Cristo que se celebra, sua ação
curativa está sempre a nosso dispor. Lemos que por suas chagas somos curados (1Pd 2,24; Is 53,5). O
gesto de Jesus na Última Ceia não foi somente um gesto prático para partir o
pão e distribuir. Ali está colocado o dinamismo da cura do mundo. Seu corpo na
cruz foi partido para o perdão e comunhão com Deus. Vivendo o ensinamento da
Eucaristia podemos aprender que além de adorar e alimentar-nos dela, temos a
missão de continuar o gesto de Jesus: providenciar o pão pelo milagre do amor e
reparti-lo para que todos tenham vida. É uma escola social. É mais fácil
adorar, amar e louvar que colocar a mão no sofrimento dos irmãos que passam
fome pelo mundo afora e fazer da Eucaristia um gesto concreto de salvação e cura
dos males do mundo. Às vezes as missas e os cultos vazios. O profeta Isaias diz
que o culto sem justiça social é desagradável a Deus. É uma ofensa a Deus em
lugar de um louvor.
1437.Recolhendo
os fragmentos.
Depois do milagre da multiplicação
dos pães Jesus mandou que recolhessem os pedaços que sobraram para que nada se
perdesse. Por mais estranho que pareça, o Deus que fez tudo em abundância,
deseja que tudo seja bem aproveitado tanto na natureza física, como nas
pessoas. Somos tão frágeis, mas para Deus o pouco em valor de muito. O lixo do
mundo é muito rico. Ninguém é lixo, ninguém está sobrando. Todos têm riquezas
imensas, mesmo cobertas de fragilidade e pobreza. Deus quer que todos possam
ser valorizados e todos os bens preservados. A Eucaristia que cura ensina a não
perder os valores das pessoas, da natureza, das culturas e da graça. Cada
comunhão tem em si a esperança de renovação do mundo. Este mundo é o que está
ao nosso lado, em nossas casas.
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