PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
O mundo
continua o mesmo.
Jesus
em sua vida e Evangelho mudou o esquema do mundo, que se baseava na exploração,
voltando-o para o serviço ao irmão, mesmo com o risco de perdas. O profeta Amós
nos traz uma visão do século VIII antes de Cristo em que a ganância e a
exploração eram calamitosas: “Vós que andais dizendo: ‘Quando passará o sábado
para despachar logo o trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos e adulterar
balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias
e por à venda o refugo do trigo’” (Am 8,5-6). Esta situação de ganância
continua. Nem é preciso destacar, pois é lugar comum. O mundo está cada vez
mais dividido entre poucos que tem muito e muitos que tem pouco ou nada. Mesmo
a religião é usada. Aqueles que dizem seguir Jesus achatam sua mensagem,
procurando só o ritualismo e os discursos vazios enquanto os pobres aumentam.
Isso sem dizer dos que usam a religião para fazer os pobres mais pobres sem
condição mesmo de ver sua situação. O dinheiro tem valor enquanto me serve. É o
deus “Mamona” (deus pagão do dinheiro). Os gastos de guerra superam qualquer
cálculo. E só trazem morte e dor. Não sem razão Paulo insiste que “rezemos
pelas autoridades para que possamos levar uma vida tranqüila e serena com toda
piedade e dignidade” (1ª Tim 2,2).
Saber
administrar.
O
grande sonho de Deus é a felicidade das pessoas e que, através dos bens, possam
conseguir uma felicidade que dure. Lemos, então, a parábola de Jesus sobre o
administrador. O administrador que não agiu bem compra as pessoas com o
dinheiro e se ajusta na vida. Ele não roubou o patrão com seus acertos, ele
usou o que era de direito seu para se ajustar em outro trabalho. É desonesto
porque dissipava os bens do patrão. Jesus faz uma comparação. Assim como o
administrador devemos saber usar o dinheiro com uma finalidade maior. Jesus não
condena o dinheiro, mas diz que com ele podemos comprar o céu, usando o
“dinheiro injusto’” quer dizer, os bens terrenos na justiça e na caridade, para
que um dia, sejamos recebidos no Céu, como o administrador é recebido por seus
amigos. O dinheiro tem valor, e cresce seu valor, na medida em que somos
inteligentes em usá-lo pensando também nos outros, não só para o próprio bem.
Jesus diz que é difícil um rico entrar no Reino dos Céus. O motivo é porque não
tem visão de totalidade da vida e do dinheiro. Na realidade é um administrador
sem visão, não vê a riqueza maior que o dinheiro pode lhe dar sem a ganância e
a exploração.
Deus quer que
todos se salvem.
O
grande projeto deste evangelho é de estarmos de olhos voltados para a vontade
de Deus a nosso respeito: a salvação. A religião verdadeira não é contra o
cifrão, mas é a favor de que sirva de instrumento de salvação. Usando o
dinheiro com a orientação do Evangelho, nos ajuda a usar bem os bens
espirituais. Assim o rico poderá se salvar, e o pobre pode evitar a estrada de
querer dinheiro, sem se preocupar com o Reino de Deus. Uma das soluções que
Paulo apresenta é que “em todo lugar os homens façam orações” (1ª Tim 2,8).
Estas levam à conhecer o verdadeiro sentido da vida e dos bens que possamos
ter.
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