PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Declarar-se
pelo Senhor
Terminado o Tempo Pascal voltamos ao
Tempo Comum. Temos duas fases deste Tempo: Após o Natal até à Quaresma e depois
da Páscoa até ao Advento. É o equilíbrio da celebração do Mistério de Cristo
que tem momentos fortes e momentos menos festivos. Nesse tempo não se celebra
um aspecto particular da vida de Cristo, mas nos introduz em todo seu mistério
através da leitura do Evangelho. Nesse 12º domingo Jesus ensina que Ele próprio
passou pela a perseguição do justo, fruto do pecado do mundo e tem confiança no
Pai. Torna-se, por seu sofrimento, causa de Salvação abundante, muito maior que
o mal provocado por Adão como escreve Paulo aos Romanos: “A transgressão de um só
levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem superior que a graça de
Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo,
se derramou em abundância sobre todos” (Rm 5,15). Devemos ter absoluta certeza
que a graça de Deus em Cristo para a salvação de todos é maior, mais poderosa e
mais eficiente que a força do mal. Não se trata de força ou de luta entre bem e
mal, mas do dom da Graça benevolente de Cristo que é oferecida a todos. Quem
acolhe Cristo e sua Palavra, é acolhido por Cristo que o garante junto do Pai.
Quem conhece Cristo participa de sua missão de anúncio. Quem O conhece,
proclama sobre os telhados. Declarar-se pelo Senhor não é uma opção a mais, mas
a opção que penetra nossas escolhas, mesmo que elas nos custem a rejeição dos
inimigos da cruz (Fl 3,18). É a opção fundamental. Sem ela a fé não se
desenvolve.
Onda de pecado
O mistério do Mal nos cerca. Os
mistérios não são ocultos ou inacessíveis, e sim, abertos a uma compreensão
sempre maior como o mistério da Trindade Santa. Aprendemos para viver melhor e,
vivendo melhor, aprendemos mais. Mesmo tendo a Graça em nós, temos a tentação.
Estamos envolvidos desde o início da humanidade em uma onda de mal que chamamos
pecado original. Original não porque esteja na origem, mas porque é origem de
todos os males. Paulo diz: “O pecado entrou no mundo por um só homem” (Rm
5,12). Como aconteceu, não sabemos. Sabemos que penetra onde lhe abrimos a
porta. Temos a tendência ao mal que domina e tem força quando lhe damos espaço.
O mal é opção pessoal. Deus não disputa com o mal, com risco de perder. Não há
um dualismo de bem e mal que lutam para dominar. Como o mal é uma escolha,
rejeita Deus e o que é de Deus. Aqui entendemos essa permanente rejeição e
perseguição a Cristo e aos seus seguidores. É fruto do maligno. A onda do
pecado original cresce com os pecados pessoais. À medida que vencemos o mal
optando pelo bem, as realidades se transformam e vivemos o Reino de Deus e sua
justiça.
Não tenhais medo.
Temos a missão de anunciar o que
ouvimos ao pé do ouvido. Isso pode custar caro, como nos narra o Profeta
Jeremias. Os profetas são sempre perseguidos e até mortos. Uma coisa não
podemos esquecer, como rezamos no salmo 68: “Por vossa causa é que sofri tantos
insultos”. E o profeta diz: “Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi
espalhando medo ao meu redor” (Jr 20,10). Jesus alerta ao que ter medo: “Não
tenhais medo dos que matam o corpo mas não podem matar a alma. Pelo contrário,
temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no Inferno” (Mt 10,28). O que
nos conforta é que o Senhor não nos abandona. Jeremias diz: “O Senhor está ao
meu lado, como forte guerreiro” (Jr 20,11).
Leituras: Jeremias 20,10-13;Salmo 68; Romanos
5,12-15;Mateus 10,26-33
1.Retomamos o Tempo Comum que nos
introduz no Mistério de Cristo. Hoje refletimos a perseguição do justo e a
confiança em Deus. O sofrimento é fruto do pecado original. Mas a Graça
abundante da Redenção é maior. Temos confiança na Graça. Se acolhermos Cristo,
Ele nos garantirá diante do Pai. A escolha penetra todas as nossas escolhas de
vida.
2.Desde a origem da humanidade o mal
nos cerca. É o pecado original. Veio por um homem, Adão (linguagem da
Escritura), mas a graça muito maior que o mal, veio por Jesus Cristo. O mal tem
força porque lhe damos espaço. O mal cresce com nossos pecados pessoais. Vencendo
o mal vivemos a justiça do Reino.
3.Temos a missão de anunciar e isso
vai nos custar perseguição. Jesus manda não ter medo dos que matam o corpo, mas
dos que matam a alma. O Senhor não nos abandona.
Fofoqueiro por profissão
Fofoca é uma desgraça que destrói as
pessoas. Mas a fofoca boa, que leva aos outros as boas notícias, constrói e
sustenta as pessoas. Por isso que Jesus diz que o que a gente escutou Dele ao
pé do ouvido deve ser dito na luz do dia e proclamado sobre os telhados. Os
discípulos receberam isso como uma missão. Jesus vai contar ao Pai sobre
aqueles que falam Dele. Aí é uma fofoca fica muito boa.
Deus toma conta de nós com muito
cuidado e carinho. Paulo ensina que se o pecado de Adão passou a todos e foi
uma desgraça, a Graça derramada sobre nós foi abundante. Não devemos ter medo
de nada.
Mesmo
que passemos dificuldades, como passou Jesus, podemos ter certeza que Ele está
sempre ao nosso lado. Ser cristão não é fácil, pois passamos pelo que Jesus
passou. Com Ele nós vencemos. http://padreluizcarlos.wordpress.com/
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