Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nas vossas orações, não sejais como os
gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão
atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que
necessitais antes de vós lho pedirdes.» «Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que
estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua
vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada
dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’ Porque, se
perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a
vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso
Pai vos não perdoará as vossas.»
Da Bíblia Sagrada - Edição
dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, doutora da Igreja
«Caminho de Perfeição», Edições Carmelo, 2000, cap. 36, 1-6
«Perdoai-nos as nossas ofensas»
«Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como
nós perdoamos a quem nos tem ofendido.» Reparemos, irmãs, que não disse «como
perdoaremos», para nos dar a entender que quem […] já pôs a sua vontade na de
Deus, isto já deve ter feito. […] Assim, quem deveras tiver dito ao Senhor esta
palavra: «seja feita a vossa vontade», tudo isto há-de ter feito, ao menos com a
determinação.
Vede aqui como os santos se alegravam com as injúrias e
perseguições, porque assim tinham alguma coisa a apresentar ao Senhor quando Lhe
pediam. Que fará uma tão pobre como eu, que tão pouco tenha tido a perdoar, e
tanto que se lhe perdoe? Coisa é esta, irmãs, para olharmos muito a ela: uma
coisa tão grave e de tanta importância como é o perdoar-nos Nosso Senhor as
nossas culpas […] com coisa tão pequena, como é o nós perdoarmos. E ainda destas
pequenezes tenho tão pouco a oferecer, que a troco de nada me haveis de perdoar,
Senhor! Aqui tem lugar a vossa misericórdia. Bendito sejais Vós, por me
sofrerdes, a mim, tão pobre! […]
Não façam caso dumas coisitas a que
chamam agravos, [que] parece que fazemos como as crianças, casas de palhinhas,
com esses pontos de honra! […] Chegaremos até a pensar que temos feito muito se
perdoarmos uma coisita destas, que nem era agravo, nem injúria, nem nada; e tal
como quem tem feito alguma coisa, viremos pedir ao Senhor que nos perdoe, pois
temos perdoado! Dai-nos, meu Deus, a entender que não nos entendemos, e que
estamos com as mãos vazias, e perdoai-nos Vós por vossa misericórdia!
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