Evangelho segundo S. Mateus 7,21-29.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor,
Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai
que está nos Céus. Muitos Me dirão no dia do Juízo: ‘Senhor, não foi em teu
nome que profetizámos e em teu nome que expulsámos demónios e em teu nome que
fizemos tantos milagres?’. Então lhes direi bem alto: ‘Nunca vos conheci.
Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade’. Todo aquele que ouve as
minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua
casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos
contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o
homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram
as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi
grande a sua ruína». Quando Jesus acabou de falar, a multidão estava
admirada com a sua doutrina, porque a ensinava como quem tem autoridade e
não como os escribas.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Bento (480-547), monge, co-padroeiro da Europa
Regra, Prólogo
19-38
«Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos
Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos
Céus.»
Não há coisa mais doce para nós, meus
irmãos, do que a voz do Senhor a convidar-nos. Pois na sua doçura o Senhor
indica-nos o caminho da vida. [...] Se quisermos habitar na morada do seu Reino,
façamos boas ações; doutra maneira, nunca o conseguiremos. Como o profeta,
interroguemos o Senhor nestes termos: «Quem, Senhor, poderá ser hóspede do vosso
tabernáculo, quem poderá habitar na vossa montanha santa?» (Sl 14,1) A esta
questão, meus irmãos, ouçamos o Senhor responder e mostrar-nos o caminho para
esta morada: «O que leva uma vida sem mancha e pratica a retidão, e diz a
verdade no seu interior, o que não calunia com a sua língua e não faz mal ao seu
próximo» (vv. 2-3). [...]
No temor do Senhor, estes homens não se
vangloriam da sua boa conduta, pois consideram que o que há de bom neles não
pode ser mérito seu, mas vem do Senhor [...]: «Não a nós, Senhor, não a nós, mas
aovosso nome dai glória» (Sl 113,1). Assim dizia o Apóstolo S. Paulo: «É pela
graça de Deus que eu sou o que sou» (1Cor 15,10). [...] E o Senhor diz no
Evangelho: «Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é
como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva,
engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque
estava fundada sobre a rocha.»
Dito isto, o Senhor espera de nós que, em
cada dia, respondamos com atos aos seus santos conselhos. Porque os dias desta
vida são-nos dados como prazo para corrigirmos o que há de mal em nós; o
Apóstolo diz: «Não sabes que Deus só é paciente para que tu mudes de vida?» (Rom
2,4) E o Senhor diz na sua ternura: «Não quero a morte do pecador, mas que se
converta e que viva» (Ez 18,23).
Nenhum comentário:
Postar um comentário