quarta-feira, 22 de junho de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Santíssima Trindade”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
            Terminado o Tempo Pascal, celebramos a festa da Santíssima Trindade.  Esta devoção tem início no século 10º. No ano 1570, com o missal de Pio V, a festa foi estendida a toda a Igreja. Os textos oracionais tendem a explicar o mistério, como rezamos no prefácio da Missa: “Com vosso Filho único e o Espírito Santo sois um só Deus e um só Senhor.Não uma única pessoa, mas três pessoas num só Deus...”. Os textos bíblicos aprofundam a revelação de Deus. Não celebramos um mistério da vida de Cristo, mas a verdade sobre o Deus Uno e Trino. A oração da Missa leva-nos a reconhecer que esse mistério não foi invenção humana mas revelado por Jesus. “Ó Deus, que enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes vosso inefável mistério”. Professando a fé  reconhecemos a glória da Trindade e adoramos a Unidade onipotente (oração). A revelação deste mistério é um convite à participação de sua Vida. Jesus veio revelar o Pai: “Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27). Esta é sua missão. A missão do Espírito é viver em nós para que esta Vida divina seja nossa vida. Diz Jesus: “Quem crê em mim, de seu seio jorrarão rios de Água Viva. Ele falava do Espírito que, deviam receber os que nele cressem” (Jo 7,38-39).
Caminha conosco!
O povo de Deus, lentamente, foi conhecendo o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus dos pais. Esta fé foi se sedimentando até à pureza que encontramos nos profetas. O povo O conheceu pela experiência de um Deus que está sempre junto, como lemos em Deuteronômio: “Qual foi o Deus que tomou para si uma nação por meio de sinais, prodígios ...? (Dt 4,34). Por isso Moisés diz a Deus: “Como se saberá que encontramos graça a vossos olhos eu e vosso povo, senão pelo fato de irdes conosco? (Ex 33,16). Ele é o Deus que liberta e caminha com ele: “Eu vi, eu vi a miséria de meu povo no Egito e ouvi o clamor que lhe arrancam seus opressores ... Desci para libertá-lo ... e levá-lo para uma terra boa e espaçosa” (Ex 3,7-8). Este é o Deus do que o escolheu e com ele fez aliança.
Abbá, Papai!
Em o Novo Testamento, Jesus é a revelação do Pai, que não é assustador, mas Aquele que ama a cada um e o tem como filhinho. Paulo escreve: “O que recebestes foi um Espírito que faz de vós filhos adotivos e que nos leva a bradar: Abbá, Pai! (Rm 8,15). Melhor, Paizinho. Jesus louva o Pai que se revela aos pequeninos (Lc 10,21-22). Jesus é o pequenino, amado do Pai que O revela como misericordioso que busca a ovelha perdida, que acolhe a pecadora e que come com publicanos e pecadores. É um Deus que caminha com o pobre. O tempo da Igreja continua a missão de fazer conhecido o Mistério da Trindade, pois acolhe a ordem de Jesus: “Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19-20). O Deus dos Pais continua caminhando com seu povo, libertando-o de maiores escravidões e dando a participar da vida da Trindade Santa a quem damos toda honra, glória e poder. Amar e adorar a Trindade tem como conseqüência viver em comunhão fraterna, como vivem as três Pessoas Santíssimas. Ao fazer o sinal da Cruz, queremos que nossa vida esteja sempre unida ao Deus que nos amou, salvou e sustenta.

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