Evangelho segundo S. Lucas 4,31-37.
Naquele
tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio
impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de
Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio,
depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer
mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra
esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a
fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Homilia grega do século IV - Para a
Oitava da Páscoa
Não vos apresento um conjunto de bizarrias
inauditas, mas aquilo mesmo que foi antecipadamente escrito no Antigo Testamento
pelos profetas. Não ouvistes o grito de Moisés: «Suscitar-lhes-ei um profeta
como tu, entre os seus irmãos» (Dt 18,18)? Não ouvistes Isaías anunciar: «A
virgem está grávida e dará à luz um filho» (7,14)? Não ouvistes David proclamar:
«Baixará como a chuva sobre a relva» (Sl 71,6)? [...] Acreditai, pois, nos
profetas, compreendei a realidade que eles anunciam, e encontrareis Jesus, o
nazareno (Mt 2,23). Eis que vos mostrei o caminho: quem quiser, siga-o. Eis que
acendi a chama; saí das trevas.
Jesus, o nazareno: identifico-O pelo
nome e pela pátria. [...] Não falo do Jesus que formou a abóbada dos céus, que
acendeu os raios do sol, que concebeu as constelações no céu, que acendeu a
lâmpada da lua, que fixou o tempo aos dias, que atribuiu o curso às noites, que
estabeleceu a terra firme sobre as águas, que pôs travão ao mar com a sua
palavra. [...] Falo de Jesus, o nazareno: aquele acerca de quem Natanael
proclamou as suas dúvidas: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» (Jo 1,46).
Daquele diante de quem a tropa dos demónios tremia, dizendo: «Que tens que ver
connosco, Jesus de Nazaré?» «Jesus de Nazaré», diz o apóstolo Pedro, «homem
acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais, que Deus
realizou no meio de vós, por seu intermédio» (At 2,22).
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