Quando
se fala de Igreja, pensamos logo em padres e gente de sacristia. Jesus era
gente do povo, era leigo. Não fazia parte da família sacerdotal. Ele é o modelo
de todos, de modo particular dos leigos. Os cristãos são todos iguais. Seu
papel na vida da Igreja está em primeiro, pois são a maioria. O “clero’ é povo
também (Às vezes a gente se esquece) e tem uma função de ajudar a todos a viver
o evangelho na condição própria de cada um. Uma das grandes afirmações do
Vaticano II foi o lugar do leigo. Por isso a vida dos leigos tem um papel
importante na vida da Igreja. Os leigos, povo de Deus que vive na realidade do
povão, são o “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-16).
Igreja não é o edifício, mas as pedras vivas que a compõem, como escreve Pedro (1 Pd 2,5). Cada um vive a mesma missão de
Jesus. O Concílio afirma: “É específico dos leigos, procurar o Reino de Deus
exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus... A eles cabe iluminar e ordenar as coisas
temporais, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo”(LG 31). Exercem a função sacerdotal, profética
e real de Cristo, a modo leigo. Sua vida do dia-a-dia, na família, no trabalho,
no descanso são “hóstias espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). O mundo é o altar de adoração do
leigo. Por ele consagra a Deus o próprio mundo (LG
34). O leigo que participa ativamente da Igreja não é só aquele que
trabalha na Igreja, o que também é necessário, mas aquele que edifica o Reino
de Deus no mundo. Seu fundamento desta obra é a união a Cristo.
725. Fermento
na massa
“Os leigos são chamados por Deus para que, exercendo seu próprio
ofício, guiados pelo espírito evangélico, ao modo do fermento, contribuem para
santificação do mundo” (LG 31). São o fermento
na massa, pois “são chamados a tornar a Igreja presente e operosa naqueles
lugares e circunstâncias onde apenas através deles, ela pode chegar como sal da
terra e luz do mundo” (LG 32). Santificar
o mundo não tira a autonomia da ordem temporal e seus fins próprios, mas
aperfeiçoa (AA,7). Quanto mais evangelizam
as realidades do mundo, mais elas se tornam proveitosas e ricas, sem perder
suas características seculares. O mundo não é mau. Nós fazemos mal, quando mal
usamos o mundo. Evangelizar o mundo é colocá-lo sempre mais a serviço das
pessoas, tirando todo egoísmo, individualismo, e colocando-o no projeto que
Deus tem para o bem das pessoas. Esta é a caridade fundamental. Quanto maior a
união a Cristo, maior será sua força de transformação. A participação da vida
da Igreja é importante para ser o braço estendido de Cristo sobre o mundo.
726.Anunciar
pela palavra
Uma coisa é falar de Jesus, outra coisa é colocar Jesus em nossas
palavras. O leigo dará o testemunho da palavra, “estando sempre pronto a dar
razões da esperança” (1Pd 3,15). A palavra
viva que anunciam é decorrência de seu batismo. Por ele é consagrado para o
anúncio da Palavra a seu modo. A vivência do sacramento do matrimônio constitui
um meio eficiente para evangelizar o mundo da família, tão deteriorado em
tantos ambientes. Esta é a primeira maneira de anunciar. “A família cristã
proclama em alta voz tanto as presentes virtudes do Reino de Deus, quanto a
esperança da vida feliz. Assim dá exemplo e questiona” (LG 35). O serviço aos irmãos (não só de fé), os conduz a Cristo.
O homem e a mulher corretos no exercício de sua profissão, são melhores
colaboradores do mundo.
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