Evangelho segundo S. Mateus 25,1-13.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus
pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro
do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas,
ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as
prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se
demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite
ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens
levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas
disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a
apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para
vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo,
chegou o esposo: as que estavam preparadas entraram com ele para o banquete
nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens
e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em
verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o
dia nem a hora».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Teodoro Estudita (759-826), monge de Constantinopla
Pequenas
Catequeses, n.º 130
Qualquer momento é propício
Irmãos, há um tempo para semear e um tempo
para recolher, um tempo para a paz e um tempo para a guerra, um tempo para o
trabalho e um tempo para o descanso (cf Qo 3). Para a salvação da alma, porém,
todos os momentos são propícios e todos os dias são favoráveis, se assim
quisermos. Estai, pois, sempre em movimento para o bem, fáceis de mover, cheios
de frescura, passando das palavras aos atos. «Pois não são justos diante de Deus
os que ouvem a lei», diz o apóstolo Paulo, «mas aqueles que observam a lei é que
serão justificados» (Rom 2,13). Estamos no tempo da guerra espiritual? Devemos
combater com ardor e atacar, com a ajuda de Deus, os pensamentos demoníacos que
se elevam em nós; se, pelo contrário, estivermos no tempo da recolha espiritual,
devemos recolher com ardor e ajuntar nos celeiros espirituais as provisões para
a vida eterna.
Mas é sempre tempo de oração, tempo de lágrimas, tempo de
reconciliação depois dos pecados, tempo de arrebatar o Reino dos Céus. Para quê
tardar então? Para quê adiar? Por que atrasamos de dia para dia o nosso
aperfeiçoamento? «A aparência deste mundo passa» (1Cor 7,31); duraremos nós
indefinidamente? O exemplo das virgens não nos assusta? «Aí vem o esposo; ide ao
seu encontro», diz o Evangelho. E as virgens sensatas foram ao seu encontro com
as lâmpadas acesas, e entraram no banquete das núpcias; enquanto as virgens
néscias, atrasadas pela ausência de boas obras, gritavam: «Senhor, abre-nos a
porta!» Mas ele respondeu: «Em verdade vos digo: Não vos conheço.» E acrescenta:
«Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora.» Temos, pois, de velar e
de despertar a alma para a sobriedade, a compunção, a santificação, a
purificação, a iluminação, para evitar que a morte nos feche a porta, e que não
haja ninguém que no-la abra e nos ajude.
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