segunda-feira, 22 de agosto de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “O amor que se estende”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1768. Casa do amor
            A exortação apostólica “Amoris Laetitia – Alegria do amor” do Papa Francisco,  reflete no final do terceiro capítulo sobre os filhos no matrimônio. “O matrimônio é, em primeiro lugar, ‘uma íntima comunidade de vida e do amor conjugal’ que constitui um bem para os próprios esposos” (AL 80). Salienta-se aqui a certeza que o matrimônio se constitui no amor. O amor não é fruto, mas realidade primeira da vida do casal. Ele é fonte do amor que gera mais amor. Este amor está destinado à geração. “O bebê que chega “não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio amor dessa doação mútua, da qual é fruto e realização” (AL 80). Por isso nenhum filho vem por caso, mas é fruto do amor que é fundamento do matrimônio. Não só de um amor sentimento, mas do amor que o constitui. Ele é sempre aberto à fecundidade, embora nem sempre possa efetivamente gerar uma nova vida (Id). Nesse amor está a participação do casal na obra criadora de Deus. Deus confiou ao casal a responsabilidade do futuro da humanidade através da transmissão da vida (AL 81). A geração da vida não é projeto individual, mas faz parte de um desígnio maior de Deus para o casal e para o mundo. Por isso ninguém pode dispor da vida de um feto, pois ele não pertence exclusivamente ao casal. É fruto de um amor que não é só do casal, e está destinado a uma vida que lhe pertence.
1769. Escola do amor
            Vivemos momentos difíceis para a educação. Quem educa nossos filhos? A família perdeu sua missão de educar. Há outros meios que interferem fortemente na educação dos filhos. Educar os filhos é um dever e um direito. A família tem também o dever e o direito de controlar a educação que é dada pelas instituições. Sabemos que estas podem estar penetradas por ideologias diversas, contrárias à opção dos pais. Todas as demais instâncias de educação são subsidiárias e colaboram na educação, inclusive a educação religiosa. A primeira escola da família é o amor que se vive. O Papa insiste que um dos modos de formação, sobretudo de formação religiosa, é a participação da família no processo educativo dos filhos. Há muitas observações sobre a escola atual em nosso país. É preciso abrir um canal para um aprofundamento das questões.
1770. A família e a Igreja
            Papa Francisco, seguindo as afirmações do Sínodo dos bispos sobre a família, lembra o lado positivo de nossas famílias que permanecem fiéis aos ensinamentos do Evangelho. Agradece pelo testemunho que dão. “Por essas famílias pode-se tornar crível a beleza do matrimônio indissolúvel e fiel para sempre”. Nota ainda que “na família, como Igreja Doméstica (LG 11), amadurece a primeira experiência eclesial da comunhão entre as pessoas na qual, por graça, se reflete o mistério da Santíssima Trindade”. Quando dizemos que a família é a Igreja Doméstica, não é um conceito vazio, pois, continua o Papa: “É aqui que se aprende a tenacidade e a alegria no trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e sempre renovado, e sobretudo, o culto divino pela oração e pelo oferecimento da própria vida”, diz, citando o Catecismo da Igreja Católica 1657 (AL 86).  A Igreja é família de famílias (AL 87). Destruir a família é destruir a Igreja e encerrar o aprendizado das coisas do Céu. “O amor vivido nas famílias é uma força permanente para a vida da Igreja” (AL 88). Refletindo sobre a Igreja temos que compreender que o espelho é a família, célula mãe do povo de Deus.

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