PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Eu
sou Rei!
A
festa de Cristo Rei foi criada pelo Papa Pio XI 11 de março de 1925. Instituiu
que fosse celebrada no último domingo de outubro. A festa tinha a finalidade
político-religiosa de mostrar o senhorio de Jesus sobre o mundo, acima das
situações de ateísmo e falta de religião. Esta festa foi instituída quase como
concorrência dos reis do mundo, apresentando Cristo como o verdadeiro e único
rei. A Igreja procura dar respostas às questões de cada tempo. Ela foi
colocada, na reforma litúrgica, no final do ano litúrgico para mostrar que
Cristo é o centro do universo para o qual tudo conflui. É o fim para o qual se
dirigem todas as coisas. A liturgia reflete a temática da realeza de Cristo num
sentido grandioso. “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos,
nações e línguas o serviam. Seu poder é um poder eterno que não lhe será
tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7.14). O texto de Daniel mostra esta grandiosidade que é
retomada no salmo 92: “Deus é rei e se revestiu de majestade, revestiu-se de
poder e de esplendor”. Não podemos perder de vista que Ele é o Senhor, mas
diferente. Ele é Rei em sua Paixão. Somente neste momento é que Ele admite a
realeza, pois é diferente. Lembramos que ele recusa a realeza após o milagre da
multiplicação dos pães (Jo 6,15). Ele é o Rei
coroado de espinhos, no trono da Cruz, com a púrpura do sangue a cobrir-lhe o
corpo e a cana como cetro. Essa é a sua verdade. Responde a Pilatos: “Eu sou
Rei. Para isso nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). A verdade da realeza de Jesus está
em sua glorificação na ressurreição. Por isso o aclamamos Cristo e Senhor.
Jesus
que nos ama
A
vida de Jesus e sua missão são uma obra de amor. O livro do Apocalipse
proclama: “A Jesus, que nos ama”. Não podemos nos esquecer que o seu
mandamento, isto é, o que era seu ele nos deu. Ele é o amor. Não deu uma ordem,
mas uma vida. Rezamos no prefácio da missa que o Reinado de Cristo se funda nas
dimensões amor: “Submetendo ao seu poder toda criatura, entregará a vossa
infinita majestade um reino eterno e universal: Reino da verdade e da vida,
reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. O amor de
Jesus é completo para todos, e envolve todas as dimensões. O amor de Deus por
nós não é sentimento, é atitude. Deus nos ama e nos salva por completo.
Testemunho
da Verdade
“Todo
aquele que é da verdade, escuta minha voz” (Jo,
18,37). Que verdade Jesus testemunha? Ele testemunha a verdade do
evangelho como meio único e completo de se chegar à liberdade plena: “Vocês
conhecerão a verdade e a verdade os libertará” (Jo,
8,32). A verdade de Jesus não são conceitos, mas é participação, pois “por
seu sangue nos libertou dos pecados, fez de nós um reino de sacerdotes para seu
Deus e Pai” (Ap 1,5-6). A redenção nos dá
o perdão dos pecados nos faz participantes de sua vida. Sua vida é a verdade:
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
A vida de Jesus nos coloca em atitude de culto ao Pai. No culto recebemos a
santificação que é a vida de Deus. Por isso podemos com segurança adorar o
Filho Glorificado e com Ele, dar glória ao Pai. Aceitar Jesus é ir até o fim
com Ele. Lembremos os mártires do México que morriam dando vivas a Cristo Rei.
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