terça-feira, 30 de agosto de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Restaurar tudo em Cristo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Eu sou Rei!
            A festa de Cristo Rei foi criada pelo Papa Pio XI 11 de março de 1925. Instituiu que fosse celebrada no último domingo de outubro. A festa tinha a finalidade político-religiosa de mostrar o senhorio de Jesus sobre o mundo, acima das situações de ateísmo e falta de religião. Esta festa foi instituída quase como concorrência dos reis do mundo, apresentando Cristo como o verdadeiro e único rei. A Igreja procura dar respostas às questões de cada tempo. Ela foi colocada, na reforma litúrgica, no final do ano litúrgico para mostrar que Cristo é o centro do universo para o qual tudo conflui. É o fim para o qual se dirigem todas as coisas. A liturgia reflete a temática da realeza de Cristo num sentido grandioso. “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam. Seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7.14). O texto de Daniel mostra esta grandiosidade que é retomada no salmo 92: “Deus é rei e se revestiu de majestade, revestiu-se de poder e de esplendor”. Não podemos perder de vista que Ele é o Senhor, mas diferente. Ele é Rei em sua Paixão. Somente neste momento é que Ele admite a realeza, pois é diferente. Lembramos que ele recusa a realeza após o milagre da multiplicação dos pães (Jo 6,15). Ele é o Rei coroado de espinhos, no trono da Cruz, com a púrpura do sangue a cobrir-lhe o corpo e a cana como cetro. Essa é a sua verdade. Responde a Pilatos: “Eu sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). A verdade da realeza de Jesus está em sua glorificação na ressurreição. Por isso o aclamamos Cristo e Senhor.
Jesus que nos ama
            A vida de Jesus e sua missão são uma obra de amor. O livro do Apocalipse proclama: “A Jesus, que nos ama”. Não podemos nos esquecer que o seu mandamento, isto é, o que era seu ele nos deu. Ele é o amor. Não deu uma ordem, mas uma vida. Rezamos no prefácio da missa que o Reinado de Cristo se funda nas dimensões amor: “Submetendo ao seu poder toda criatura, entregará a vossa infinita majestade um reino eterno e universal: Reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. O amor de Jesus é completo para todos, e envolve todas as dimensões. O amor de Deus por nós não é sentimento, é atitude. Deus nos ama e nos salva por completo.
Testemunho da Verdade
            “Todo aquele que é da verdade, escuta minha voz” (Jo, 18,37). Que verdade Jesus testemunha? Ele testemunha a verdade do evangelho como meio único e completo de se chegar à liberdade plena: “Vocês conhecerão a verdade e a verdade os libertará” (Jo, 8,32). A verdade de Jesus não são conceitos, mas é participação, pois “por seu sangue nos libertou dos pecados, fez de nós um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai” (Ap 1,5-6). A redenção nos dá o perdão dos pecados nos faz participantes de sua vida. Sua vida é a verdade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). A vida de Jesus nos coloca em atitude de culto ao Pai. No culto recebemos a santificação que é a vida de Deus. Por isso podemos com segurança adorar o Filho Glorificado e com Ele, dar glória ao Pai. Aceitar Jesus é ir até o fim com Ele. Lembremos os mártires do México que morriam dando vivas a Cristo Rei.

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