A experiência mais rica que o evangelista João nos transmite foi seu contato pessoal com o Verbo da Vida – Jesus. Sua experiência foi de ver, tocar, contemplar (1Jo 1,1). O Deus Vivo que se fez presente no meio de nós. Os pastores, os Magos, Simeão, os discípulos e tantos outros puderam transmitir o que viram e ouviram, como lemos em Lucas: “Os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido” (Lc 2,20). Nós contemplamos sua face. É por isso que o presépio tanto encanta. É uma pena que tiraram o presépio dos lugares públicos. É uma visão, embora, muito frágil Daquele que veio como Príncipe da Paz. A oração da missa nos leva a rezar: “Concedei que, vislumbrando na terra este mistério, possamos gozar no Céu de sua plenitude”. Os olhos nos levam a ver o Mistério, os ouvidos levam o Mistério para o coração onde se estabelece a comunhão. Podemos ver porque Deus “fez resplandecer essa noite santa com a claridade de uma nova luz” (oração). Nós temos a visão da fé, mas nem por isso, esse nascimento é um fato fora da realidade humana, pois diz claramente o tempo e as circunstâncias. As genealogias que lemos nos evangelho O mostram como parte de nossa humanidade (Lc 3,23-38) e membro do povo de Israel (Mt 1,1-16). Nasce durante um recenseamento como um membro dos povos da terra, e no caso, povos oprimidos pelo império romano. Nasceu na condição de humildade, pois não havia lugar para Ele na hospedaria. É enfaixado. Seu nascimento não interessa somente à terra, mas a todo o Universo de todos os tempos, pois os Anjos cantaram diante dos humildes pastores: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados” (Lc 2,14). Este nascimento é um maior culto prestado a Deus Pai pelo Filho, no qual Ele se oferece junto e em nome de toda a humanidade, pois diz: “Eis que venho para cumprir a tua vontade” (Hb 10,9). “E é graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas” (Hb 10,10). Quem nasceu é o Salvador, como diz o Anjo aos pastores: “Nasceu-vos um Salvador, que é o Cristo-Senhor” (Lc 2,11). Ele é Deus e é o Messias anunciado. “Seu nome será Jesus, pois salvará seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21).
Anuncio uma alegria
No Natal há uma luz nova que ilumina a noite do mundo. Ele trouxe a alegria como Zacarias cantou: “Ele, Sol da Justiça que veio do alto”. É aquela alegria que não tem comparação, pois é nascida no Deus feito Homem. É como a alegria de uma boa colheita, diz Isaias (Is 9,6); É a alegria da libertação. Tudo isso porque nasceu um Menino. Deus prometeu e cumpriu. Ela é a bondade de Deus. É chocante ver todo o mistério de Deus manifestado a nós através de uma criancinha deitada em um cocho. Deus é muito simples. Tudo está bom para Ele. A palha é rica como o ouro. O que vale é o coração.
Alegria dos humildes
Deus busca os humildes não por uma opção social, mas pela opção divina: Aqueles que não contam, são preciosos para o coração do Pai. A alegria foi buscar os pastores, os últimos do povo que tinham o coração aberto. Os Anjos lhes dizem: “Eis que vos anuncio uma grande alegria”. Ele é o presente que Deus nos deu. Nós retribuímos o presente e damos a Deus, que nos deu a divindade, a natureza humana. Todo universo encontra-se em nosso coração nesta oferta. Nossa natureza lhe é dada através da Virgem Mãe.
ARTIGO PUBLICADO EM DEZEMBRO DE 2012
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