sexta-feira, 1 de setembro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - Corpus Christi

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1116. Ele permanece conosco
            Jesus usa uma linguagem que entendemos.  Quem não entende de festa com uma boa comida e uma bebida? Assim fez na Instituição da Eucaristia. Através dela podemos entender os mistérios de Jesus: Morte na Cruz, Ressurreição e Ascensão. Não são um tratado intelectual. Para que não esquecêssemos estas verdades, Ele nos deu sua Palavra que está no Evangelho e também gestos que realizam a verdade. E mostrou, na última ceia, o que significa sua vida e o que como viveremos. E disse: “Fazei isso em memória de mim”. O Mistério Eucarístico faz memória de tudo o de tudo que fez por nós. Tudo o que iria acontecer em sua Morte, Ressurreição e Ascensão, Jesus colocou naquele gesto de entregar o pão e o vinho e dizer que eram seu Corpo e Sangue, isto é, seu sacrifício. E mais: Fazendo a memória aprendemos que devemos fazer como Ele fez. Recebemos a redenção nesse sacramento que nos dá a Vida no Pão e no Vinho consagrados. Entrando em comunhão com Ele, continuamos sua Vida e Missão até que Ele venha. Em comunhão com Ele, fazemos comunhão com todos. Como Ele partilhou sua Vida conosco, só fazemos comunhão com Ele se fizermos partilha de nossa vida e de nossos bens com os filhos de Deus. Fazemos o mesmo sacrifício que Ele realizou com sua entrega, se nos entregamos a Ele a serviço de todo homem e toda mulher. Ele está conosco todos os dias até o fim dos tempos (Mt 28,20). Ele permanece conosco no Sacramento e na Comunidade como cabeça do Corpo que é a Igreja. Diz: “Não vos deixarei órfãos eu vou e volto a Vós” (Jo 14,18). Celebrando a festa de Corpus Christi, somos convidados a ir além da adoração e abraçar o amor que Ele teve ao morrer por nós na Cruz. A Eucaristia faz memória do amor que o Cristo teve por nós ao se entregar na Cruz (S.Afonso). A Cruz não se mede pela dor, mas pelo amor. O sacrifício não é só derramamento de sangue, mas entrega de vida.
1117. Aumentando o amor
            Como não existe amor que não seja envolvimento com a vida da pessoa amada, assim também, somos envolvidos no mesmo Amor Divino com o qual somos amados por Cristo no sacramento de seu Corpo e Sangue. Pela demonstração de amor que recebemos no sacramento da Eucaristia aumentamos nosso amor por Ele e por todos que Ele tanto ama. Às vezes nos envolvemos na atenção à Hóstia santa e não por Aquele que a faz sagrada. Esse amor se concretiza no diálogo amoroso com Jesus Cristo que está em nós pelo Sacramento. Se não reconhecemos esse amor não distinguimos o Corpo do Senhor. Ele não é um objeto da piedade. Ele a própria piedade. Nós o temos sempre, pois disse: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em Mim e Eu nele” (Jo 15,5). Esta presença é permanente. Não expulsamos Jesus. Nós saímos dele pelo mal que praticamos. Somos sacrários vivos da Eucaristia e O levamos pelas estradas do mundo. Andamos longe para buscar Jesus e Ele está tão dentro de nós.
1118. Ser coerente com o sacramento
            O respeito à Eucaristia está em colocar em ação a energia divina que ela nos dá, sendo para nós o fogo ardente do amor. No momento atual há muita preocupação com a organização da liturgia, dos ritos e das cerimônias. Mas não vemos preocupação com a coerência de vida cristã com o sacramento celebrado e recebido. Não desprezamos os ritos, mas deveria haver mais preocupação com a coerência de fé litúrgica. Ela daria muita vida aos ritos. Ser coerente é ser Eucaristia, como Jesus o foi. Não é lícito receber a comunhão e fazer uma vida longe da verdade, do bem, do amor pelos amados de Jesus que são os necessitados. Se há alguém em necessidade e não nos importamos, nossas comunhões serão sempre prejudicadas.
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