Rita Dolores Pujalte, primogénita de quatro irmãos, nasceu em Aspe (Diocese de Orihuelas-Alicante, Espanha), no dia 19 de Fevereiro de 1853. Os seus pais, António e Luísa, de profundos sentimentos cristãos, deram aos seus filhos uma esmerada educação religiosa. Antes da sua entrada na vida religiosa, Rita Dolores foi modelo de piedade e de apostolado, tendo participado em várias associações — Filhas de Maria, Terceira Ordem Franciscana e Conferências Vicentinas — e no ensino paroquial do catecismo. Em 1888 ingressou na Congregação das Irmãs da Caridade do Sagrado Coração de Jesus, e em seguida foram-lhe atribuídos pela Fundadora cargos de grande responsabilidade: Mestra de noviças e sua Delegada para as casas da Espanha. Em 1899 a Fundadora, Madre em Cuba, sugeriu às suas religiosas que a nomeassem sua sucessora no governo da nascente Congregação. Tal aconteceu em 1900, e Madre Rita Dolores foi confirmada no cargo de Superiora- Geral durante quatro sexénios, até que em 1928, já muito idosa e cansada, se retirou para se dedicar ao recolhimento e à oração no Colégio Santa Susana de Madrid, onde a surpreendeu a perseguição. A quando da cerimónia de beatificação, o Santo Padre afirmou que estas religiosas — Madre Rita Dolores Pujalte e a Madre Francisca Aldea — que “pertenciam à comunidade do Colégio de Santa Susana, de Madrid, das Irmãs da Caridade do Sagrado Coração, haviam decidido permanecer no seu lugar apesar da perseguição religiosa desencadeada naquela época, para não abandonarem as órfãs que eram por elas ali assistidas”. “Este heróico acto de amor e entrega abnegada” — continuou o Sumo Pontífice — “custou a morte à Madre Rita e à Madre Francisca que, embora estivessem enfermas e fossem idosas, foram capturadas e mortas a tiro. O supremo mandamento do Senhor tinha-se arraigado profundamente nelas durante os anos da sua consagração religiosa, vividos em fidelidade ao carisma da Congregação”. O Santo Padre termina a sua homenagem nestes termos: “Elas alcançaram o martírio crescendo no amor pelos necessitados, que não cede diante dos perigos e, se for necessário, não evita o derramamento do próprio sangue. O seu exemplo constitui uma exortação a fim de que todos os cristãos amem como Cristo ama, não obstante as grandes dificuldades”. Corajosas, elas “seguiram Jesus fielmente, amando como Ele até ao fim e padecendo a morte pela fé”. Beatificada a 10 de maio de 1998, pelo Papa João Paulo II, ao mesmo tempo que Francisca Aldea y Araujo, da mesma Congregação.
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