sábado, 30 de outubro de 2021

PERGUNTAS E RESPOSTAS - 06/06/14

PADRE WALMIR GARCIA DOS SANTOS CSsR
Cristiana Borges: Para que servem o enigma, o símbolo e o apocalipse contidos nas parábolas? 
As parábolas são pequenas estórias que expressam uma realidade através de comparações. Jesus usou muito desse recurso de linguagem para explicar o Reino de Deus. as parábolas não contém enigmas e muito menos apocalipse. Existe a linguagem apocalíptica que também é usada no evangelho e em outros livros da Bíblia, principalmente no livro do Apocalipse de São João. 
Rosemeire Figueira: Tem gente que mente tanto que acaba convencendo a si mesmo que está dizendo a verdade, mas a gente sabe que, mais dia, menos dia, a máscara cai. Que orientações a Bíblia nos dá a respeito? 
A Bíblia nos ensina a falar e a viver a verdade. Jesus nos ensina que a mentira nos escraviza, nos torna escravos de nós mesmos e de nossa mentira e que a “verdade nos liberta” (cf. Jo 8, 32). 
Não identificada: Descobri que o meu esposo me traiu pela primeira vez. Meu mundo caiu, pois quando nos casamos, prometemos ser leais um para com o outro para sempre. Ele pediu perdão e disse que foi apenas uma fraqueza, mas para mim, não haverá uma segunda chance. Acredita nessa história de fraqueza? 
Claro que todos nós somos fracos e sujeitos a erros. Você deve perdoá-lo, se ele está realmente arrependido e se compromete a não deixar que a fraqueza seja uma constante. Você está certa em colocar limite para que ele se responsabilize e se comprometa em mudar de vida. 
Rita de Cássia: Acho que a falta de religião na vida de uma pessoa é tão grave que, se alguém é educado apenas em seu lado intelectual, pode acabar se tornando uma ameaça para a sociedade. Qual sua opinião? 
Eu considero que todos os aspectos da vida devem ser levados em consideração na educação de um filho, a educação formal, a civilidade, a religião. Uma pessoa educada sem levar em consideração os valores morais e espirituais pode, facilmente, tender para o mau uso de sua inteligência. Maria Paulina: Por que certos padres não distribuem a Eucaristia? Não sei porque alguns não distribuem, mas devem ter seus motivos. O certo é que o padre seja aquele que vai à frente na distribuição da Sagrada Eucaristia e que os(as) Ministros (as) sejam colaboradores nessa tarefa que é dele em primeiro lugar. Não está certo que o padre fique sem exercer essa função, só se for por motivo sério, de doença e outra impossibilidade. 
Não identificada: Sei que não devemos julgar a ninguém, mas reconheço que sou muito imperfeita e, um dos meus defeitos é não suportar gente falsa que te agrada pela frente e te apunhala pelas costas. É um pecado grave julgar neste caso? 
Se você tem certeza da falsidade de uma pessoa, não é pecado tomar uma atitude de afastamento dessa pessoa, agora, se você não te certeza e tira conclusões precipitadas, aí você está julgando indevidamente a pessoa, nesse caso é pecado. 
Sandra Clemente: Na Bíblia está escrito que, o que prejudica o homem não é o que entra pela sua boca, mas o que sai dela, mas e quanto ao pecado da gula? 
O pecado da gula vem justamente de dentro, de um desequilíbrio, da falta de controle de si mesmo. Comer sem necessidade, sem fome é gula, você está abusando de seu corpo e isso é pecado. Jesus fala isso em relação aos alimentos considerados impuros no seu tempo, não se refere à gula propriamente dita. 
Não identificada: Tem gente que vive querendo que as pessoas pensem e façam conforme sua maneira de ser, sendo que, nem sempre a pessoa está preparada para isso. Passo por este conflito dentro da minha própria casa. Tento ceder ao máximo para evitar conflitos e isso já está me causando muito mal. Oro sempre, mas não está resolvendo. O que mais posso fazer para viver em paz?
Ninguém é igual a ninguém e não pode viver segundo o pensamento de outra pessoa. Todos nós devemos ter nosso modo de ser próprio e nunca ficar subjugado a ninguém, pois somos livres. O melhor a fazer é dialogar, sem discussões, mas não deixar de expor suas próprias ideias. 
Miriam Lopes: Tem coisa que machuca mais a gente do que uma surra: a indiferença, uma palavra que ofende, um silêncio na hora errada, uma traição, desprezo. Como lidar com isso sem nos machucar? 
É muito difícil não se ofender com determinadas situações, mas não podemos ficar curtindo a ofesna e deixar que a mágoa tome conta de nós. Mágoa faz mal para nós mesmo e não para os que nos ofende. O melhor é rezar pelos nossos ofensores e perdoar.
Isis Matos: A preguiça é uma condição humana desde que o mundo foi habitado. Muitos dizem que a preguiça é uma doença. Podemos considerá-la assim? 
Pode ser que alguma doença leve a pessoa a ficar com preguiça, mas em si ela não é uma doença, mas uma expressão do comodismo, da falta de responsabilidade com o trabalho. Em algumas sociedades antigas a preguiça e o ócio eram considerados crimes. 
Maria Anízia: Apesar de vivermos em um mundo tão cheio de modernidades, ainda não conseguimos nos livrar de coisas que nos tornam seres humanos medíocres, como por exemplo, ter preconceito. Este é o preço que milhares de pessoas pagam por ter a coragem de serem diferentes. Se os preconceituosos fossem mais ocupados, evitariam uma série de problemas que, muitas vezes, chegam a destruir vidas. Gostaria de ouvir a sua opinião. 
O preconceito é algo muito ruim, pois somos todos iguais perante a Lei e perante Deus. Ninguém deve ser discriminado pela sua raça, sua cor, seu credo religioso ou por sua condição social. A pessoa preconceituosa deveria se ocupar melhor em analisar suas justificativas erradas e mudar seu comportamento, não generalizando as pessoas por atitudes de alguns. 
Joana Coelho: A sociedade tem exigido das pessoas cada vez mais ambição. Quase que uma paranoia e, muitos embarcam nessa. Este pode ser um dos motivos que afastam as pessoas da Igreja? 
Pode ser, não está descartado este motivo, mas o que mais tem afetado a manifestação de fé é a indiferença das pessoas para com valores e essa indiferença não atinge somente a religião, mas a vida social de maneira geral. 
Luciana Batista: Buscando algumas ilustrações para um trabalho de escola da minha filha, encontramos o desenho de um homem feito com barras de ferro, todo recheado de pedras. Só de ver o desenho me senti pesada. As pedras representavam o peso dos problemas que carregamos ao longo do tempo. Como nos livrar disso?
Precisamos fazer uma verdadeira “faxina” em nosso ser, não deixando acumular coisas inúteis e sem sentido para nós. É preciso carregar só o suficiente, assim como quando vamos viajar, não colocamos tudo o que temos para a viagem, mas selecionamos o que será útil para não carregar peso inútil, assim é nossa vida, não precisamos acumular problemas e coisas banais, é preciso relativizar muitas coisas para vivermos mais felizes, mais “leves”. 
Não identificada: Tenho uma prima que adora colocar fogo no circo, ou seja, agrava qualquer situação que poderia e deveria ser amenizada. O pior é que ela sabe a Bíblia toda, interpreta muito bem, já foi engajada em sua comunidade, mas tem esse defeito. Consegue explicar um comportamento como este? 
Sim consigo, ela é uma pessoa desequilibrada e não consegue viver a coerência entre a fé que professa com a vida. A incoerência é terrível e leve ao descrédito daquela pessoa. Infelizmente temos pessoas assim em nosso meio, não sabem viver a misericórdia e ficam atiçando os problemas que poderiam ser resolvidos com facilidade. 
Não identificada: O senhor deve saber que as escolas públicas não podem reprovar mais o aluno. Sei de casos muito complicados em que a criança não teria a menor condição de passar de ano e que a escola não dá o menor apoio. Concorda com esse sistema? 
A escola pública pode e deve reprovar quando o aluno merece ser reprovado. O que está acontecendo hoje em dia e que eu acho um absurdo é que as escolas recebem as verbas de acordo com sua “produtividade” e com baixo índice de reprovação, ou seja, é a ganância que leva a uma atitude assim, de não reprovação de quem não merece ser aprovado. A escola publica tem passado por um sucateamento terrível nas últimas décadas. Não concordo com esse sistema injusto e “deseducador” das escolas públicas.

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