Evangelho segundo São Lucas 13,1-9.
Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus juntamente com o das vítimas que imolavam.
Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus?
Eu digo-vos que não. E, se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo.
E aqueles dezoito homens que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não. E, se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante.
Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou.
Disse então ao vinhateiro: "Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há de estar ela a ocupar inutilmente a terra?"
Mas o vinhateiro respondeu-lhe: "Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo.
Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandarás cortá-la"».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1347-1380)
Terceira dominicana,doutora da Igreja,
copadroeira da Europa
«O dom da conformidade com Cristo»,
cap. L, n.º 80
A minha misericórdia e
a minha caridade dão tempo...
Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe: Quer queira, quer não, o mundo dá-Me glória. Na verdade, a glória que dele retiro não é a que deveria dar-Me, amando-Me acima de todas as coisas, mas não deixa de se elevar dele louvor e glória ao meu nome.
A minha misericórdia e a abundância da minha caridade brilham nos mundanos dando-lhes tempo. Com efeito, em vez de mandar a terra engoli-los, espero que regressem a Mim, ordenando à terra que lhes dê os seus frutos, ao Sol que sobre eles espalhe luz e calor, ao céu que se mova, mantendo a vida de todas as coisas que para eles criei. Tenho por eles misericórdia e caridade, não apenas pelo facto de não lhes retirar estes dons em consequência dos seus pecados, mas ainda concedendo-os tanto ao pecador como ao justo, e com frequência mais ao pecador que ao justo. Porque o justo está disposto a sofrer, e Eu privo-o dos bens da Terra para lhe dar os bens do Céu com mais abundância. É assim que neles se exprime a minha caridade e a minha misericórdia.
Outras vezes, os servos do mundo perseguem os meus servos pondo-lhes à prova a virtude e salientando-lhes a paciência e a caridade, provocando, no meio das suas dores, orações humildes e continuadas; essas orações e essas dores sobem até Mim como preito de honra e louvor ao meu nome. Assim, pois, sem o querer, o mau trabalha para a minha glória mesmo quando pretende afrontar-Me.
Nenhum comentário:
Postar um comentário