Malchion é nome de origem semítica, que se deve aproximar de Malco, do nosso Rei ou Reis, e do grego Basílio. As formas Malachion ou Melchiorestão menos testemunhadas, tratando-se da personagem que nos ocupa. Eusébio de Cesareia,essa fonte admirável para a antiguidade cristã, diz-nos que Malchion foi em Antioquia homem eloquente, um dos mestres do ensino sofistico nas escolas helénicas; devido à sua incomparável pureza na fé em Cristo, fora honrado com o sacerdócio para serviço desta Igreja. Num concílio realizado em Antioquia contra Paulo de Samosata,bispo herético, Malchion foi o único capaz de convencer de erro esse homem dissimulado e enganador. Eusébio acrescenta que os taquígrafos notaram a discussão e que ela lhe chegou por este processo; assim teve conhecimento dela também São Jerónimo. Este assim nos fala no seu De viris illustribus: «Malchion, padre muito eloquente da Igreja de Antioquia, ensinou retórica nesta cidade com o maior êxito. Discutiu, diante de secretários que tomavam notas, contra Paulo de Samosata, bispo de Antioquia… (Malchion) floresceu no tempo de Cláudio (II) e Aureliano» (pelo ano de 270). Um primeiro concílio não conseguira surpreender Paulo de Samosata e mostrá-lo em contradição com o ensino tradicional; foi para uma segunda sessão, em 268,que os prelados recorreram à dialéctica deMalchion. Devido à sua formação filosófica, ela era contundente e concreta. Conseguiu descobrir os defeitos de Paulo quanto à união do Verbo com o composto humano. Segundo Paulo, esta união era acidental, puramente moral. Malchion, pelo contrário, afirmava com toda a razão a unidade substancial do Deus-Homem. A seguir Malchion entrou na sombra. É mencionado nos sinaxários no dia 28 de Outubro, com Firmiliano, bispo de Cesareia: mas foram os dois que venceram Paulo de Samosata.
Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt.
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