segunda-feira, 25 de outubro de 2021

MARIA JESUS MASIA FERRAGUT e companheiras mártires + 1936 beatas

MARIA JESUS MASIÁ FERRAGUT
 
Nasceu em Algemesí (Valência) a 12 de Janeiro de 1882, sendo baptizada no mesmo dia pelo Pe. Joaquim Cabanes, pároco. Recebeu a Confirmação na paróquia de São Tiago Apóstolo de Algemesí, das mãos de Dom Sebastião Herrero e Espinosa de los Monteros, arcebispo de Valência, dia 19 de Maio de 1899. Vestiu o hábito no mosteiro das clarissas capuchinhas de Agullent (Valência) a 13 de Dezembro de 1900 e professou no dia 16 de Janeiro de 1902. Morreu em Alcira (Valência) num lugar denominado "Cruz coberta", a 25 de Outubro de 1936. 
MARIA VERÓNICA MASIÁ FERRAGUT 
Nasceu em Algemesí (Valência) a 15 de Junho de 1884 e foi baptizada no dia seguinte (16 de Junho), por D. José Sanchís Beneficiado. Recebeu a Confirmação a 19 de Maio de 1899.Ingressou no mosteiro das clarissas capuchinhas de Agullent (Valência), vestindo o hábito a 18 de Janeiro de 1903. Emitiu a profissão temporária a 26 de Janeiro de 1904 e a perpétua, a 10 de Abril de 1907. Morreu em Alcira (Valência) num lugar denominado "Cruz coberta" a 25 de Outubro de 1936. MARIA FELICIDADE MASIÁ FERRAGUT 
Nasceu em Algemesí (Valência) a 28 de Agosto de 1890. Vestiu o hábito no mosteiro das clarissas capuchinhas de Agullent (Valência) a 17 de Abril de 1909. Emitiu os votos temporários a 20 de Abril de1910 e os perpétuos a 26 de Abril de1913. Morreu em Alcira (Valência) num lugar denominado "Cruz coberta" a 25 de Outubro de 1936. As três irmãs nasceram na mesma cidade. Eram seus pais Vicente Masiá e Teresa Ferragut. O casal teve sete filhos, dos quais cinco filhas tornaram-se religiosas capuchinhas de clausura e o único filho homem foi capuchinho. Purificação, irmã delas, disse que desde jovens ”frequentavam os sacramentos, comungando diariamente. Jamais foram vistos em lugares públicos ou frequentados. A minha mãe soube educar as minhas irmãs, inculcando-lhes o santo temor de Deus". A vida religiosa das três capuchinhas prosseguiu paralela. "Durante a vida no convento - disse Purificação, irmã delas -tinham uma conduta que causava a admiração das outras religiosas pelo exemplo e o modo de comportar-se, próprios da sua profissão. Apesar de serem irmãs, não existia entre elas distinção alguma entre si e com respeito às outras As três irmãs eram muito estimadas pela comunidade. A piedade de todas elas era sólida e vigorosa, inculcada pela nossa querida mãe. Eram amantes do sacrifício e muito observantes do silêncio, da Regra e das Constituições". Irmã Benvinda Amorós, religiosa do mesmo mosteiro, descreve assim a vida religiosa delas: "Jamais ouvi crítica alguma sobre a actuação destas religiosas. Eram de uma piedade sólida. Dedicavam-se especialmente à oração e a presença de Deus reflectia-se nelas. Eram muito humildes e estavam sempre dispostas a sacrificarem-se pelas outras irmãs. Eram devotíssimas da Eucaristia e da Santíssima Virgem e, extraordinariamente, da Paixão do Senhor". Com a chegada da República, em 1931, saíram do convento, permanecendo na casa paterna uns dois meses até retornarem ao convento sem haver recebido vexames. Ao iniciar a revolução de 1936, voltaram novamente para casa em Algemesí, onde permaneceram até 16 de Outubro do mesmo ano, ocupando-se dos serviços da casa, fazendo vida de comunidade, completamente entregues à oração. Dia 19 de Outubro de 1936, às quatro da tarde, foram detidas por milicianos: elas e uma religiosa agostiniana do convento de Beniganim. Teresa, a mãe das religiosas, não quis abandoná-las e partiu com elas. Encarceraram as cinco religiosas no convento de Fons Salutis, que servia como prisão. Ali permaneceram oito dias, serenas e resignadas. Finalmente, padeceram a mesma sorte. Na noite de 28 de Outubro, que era domingo e festividade de Cristo Rei, os milicianos conduziram-nas à morte. Quiseram deixar a mãe, porém ela opôs-se e pediu para acompanhar as suas filhas e ser fuzilada em último lugar. Vendo-as tombar uma por uma, animava-as dizendo: “Filhas minhas, sejam fiéis ao esposoceleste e não queiram, nem consintam aos afagos destes homens". Levadas num caminhão ao lugar denominado "Cruz aberta", na direcção de Alcira, ali foram martirizadas. Os corpos das cinco mártires foram enterrados em Alcira. Actualmente descansam na paróquia de Algemesí. 
ISABEL CALDUCH ROVIRA Nasceu em Alcará de Chivert, diocese de Tortosa e província de Castellón de la Plana, a 9 de Maio de 1882. Seus pais Francisco Calduch Roures e Amparo Rovira Martí tiveram cinco filhos e Isabel era a última. Seus vizinhos dizem sobre ela que "durante a sua infância viveu num ambiente muito cristão. Exerceu a caridade com os necessitados. Ela mesma ia com outra amiga levar comida a uma anciã e também lhe prestava ajuda na limpeza pessoal e da casa". Durante a sua juventude namorou um jovem da sua localidade, muito cristão, porém terminou este relacionamento para abraçar um estado de vida mais perfeito, com o consentimento de seus pais. Ingressou no mosteiro das capuchinhas de Castellón de la Plana, vestindo o hábito em 1900. Disse seu irmão José que "o motivo que induziu sua irmã a entrar na vida religiosa foi puramente por vocação". Emitiu a profissão simples a 28 de Abril de 1901 e a perpétua, a 30 de Maio de 1904. Dizem as religiosas que ela "era de temperamento pacifico e amável, sempre alegre. Era uma religiosa exemplar. Sempre estava contente. Era muito observante da Regra e das Constituições. Era muito modesta no olhar prudente no falar e muito mortificada. Era mortificada ao comer sendo sempre muito estimada pela Comunidade. Cultivava uma intensa vida interior sendo muito devota do Santíssimo, da Virgem e de São João Baptista". No mosteiro desempenhou o cargo de Mestra de noviças,“fazendo-o com muito zelo para que fossem religiosas observantes, tratando as noviças sem distinções", disse sobre ela Irmã Micaela. Foi reeleita para outro triénio, que não chegou a desempenhar devido à chegada da revolução. Chegada a revolução, a Irmã Isabel foi para Alcalá de Chivert (Castellón) onde tinha um irmão sacerdote, Mosén Manuel, que depois foi assassinado. Enquanto permaneceu na sua cidade, dedicou-se ao retiro e à oração. Ali foi detida a 13 de Abril de 1937 por um grupo de milicianos, com fr. Manuel Geli, sacerdote franciscano. Conduzidos ambos ao comité local de Alcalá de Chivert, foram injuriados e ridicularizados. Foi assassinada no distrito de Cuevas de Vinromá (Castellón) e sepultada no cemitério daquela mesma cidade. MILAGROS ORTELLS GIMENO 
Nasceu em Valência a 29 de Novembro de 1882, na rua Zaragoza e foi baptizada no dia seguinte (30 de Novembro), na igreja paroquial de São João Baptista. Foi a terceira e última filha do casal Henrique Ortelís e Dolores Gimeno. Durante a sua infância era muito devo-ta e o ambiente familiar no qual se criou era eminentemente cristão. Os seus vizinhos recordam que " a sua piedade era extraordinária; o seu amor à penitência singular; ao extremo de um dia a sua mãe a surpreender aspirando "catingas", não havendo outro modo para mortificar-se (...). Na igreja, ao invés de se sentar na cadeira, sentava-se no soalho (...) A Irmã Virtudes, capuchinha, recorda-se que Irmã Milagros" entrou na Ordem Capuchinha levada pelo seu desejo de maior perfeição. Sua mãe havia-lhe proposto ser religiosa reparadora, mas não quis aceitar; buscando a maior estreiteza da Regra Capuchinha". Ingressou no mosteiro das capuchinhas de Valência a 9 de Outubro de 1902. Ali recordam que "quando ingressou o fez com muito entusiasmo". Neste convento exerceu os cargos de enfermeira, refeitoreira, porteira, sacristã e mestra de noviças, todos ofícios que desempenhou com fidelidade. As suas irmãs religiosas descrevem a sua autêntica personalidade com estes traços: "Era muito caridosa, oferecendo-se sempre a prestar qualquer serviço às suas irmãs religiosas. Era vista sempre recolhida. Após o matinal da meia-noite permanecia ainda por mais um pouco de tempo, com a intenção de praticar maior penitência". "Gozava de fama de santidade entre as suas religiosas ao ponto de exclamarem sempre: é uma santinha". A sua piedade era sólida e a característica mais saliente era o seu amor à Eucaristia e à Imaculada. A sua penitência era extraordinária, usando disciplinas, cilícios. Era muito estimada por todas as religiosas e observava muito bem toda a Regra. A oração e a presença de Deus eram evidentes nela. A sua humildade aparecia claramente ao sentir-se indigna de aceitar cargos e até de receber a eucaristia". Com a chegada da revolução, teve que refugiar-se na casa de sua irmã Maria, em Valência, levando ali uma vida de oração e recolhimento. Depois refugiou-se numa casa da Rua Maestro Chapí, em Valência, onde viviam também outras religiosas da Doutrina Cristã. Ali foi detida por um grupo de milicianos a 20 de Novembro de 1936 e assassinada junto com 17 religiosas da Doutrina Cristã, num lugar conhecido como "Picadero de Paterna". Foi sepultada no cemitério de Valência. A 30 de Abril de 1940 foram exumados os seus restos mortais e transladados para o mosteiro das capuchinhas de Valência, onde actualmente repousam. 

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