Crisanto sentiu algo novo vivendo no seu coração.
Um homem jovem rico, educado nas artes e nas ciências do século III, vivendo em Roma, deu por acaso com as escrituras e escritos cristãos.
Estes fazia mais sentido para ele do que os seus estudos anteriores.
Ele converteu-se ao cristianismo e procurou alguém para que o ensinasse mais.
Um ermitão chamado Carpóforo instruiu-o mais plenamente na fé e baptizou em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
O seu compromisso com o cristianismo seria o motivo para a morte de Crisanto.
Assim o diz a lenda, e é uma das mais belas de que veio até nós.
O pai de Crisanto, Polemius, era um soldado de alta patente.
Ele desprezava a covardia e o cristianismo.
Como poderia um homem crucificado ser Deus?
Ele exigiu o retorno do seu filho Crisanto ao culto dos deuses antigos.
Quando o seu filho respeitosamente recusou, Polemius trancou numa pequena dispensa de víveres por muitos dias. Crisanto apenas ficou mais forte em sua determinação de seguir a Cristo.
Polemius não sabia o que fazer.
Um amigo da família o aconselhou a seduzir Crisanto de volta à idolatria através do prazer.
A sugestão faz sentido para Polemius.
Ele decorou um aposento com cortinas luxuosas e outras ornamentações, preparou uma festa e vinho para seu filho e contratou umas garotas 'sexy' para sussurrar-lhe sugestões doces aos seus ouvidos.
De imediato, ele percebeu que esta era uma armadilha para a sua alma.
Fortalecido com a oração, ele resistiu às iscas do pecado que estavam ante ele.
Mais uma vez Polemius percebeu que ele estava derrotado. Ele voltou a elaborar um novo plano.
Um homem cheio da experiência da vida aconselhou Polemius sobre Daria.
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SANTA DÁRIA |
Essa menina era uma bela virgem, dedicada à deusa Minerva.
Ela era conhecida não apenas pela sua beleza, mas também pela sua inteligência.
Arranje um casamento entre Crisanto e Daria e essa rapariga seria capaz de tirá-lo da loucura, sugeriu-lhe esse homem.
Polemius correu para o templo e entrevistou a rapariga. Ela era tudo quanto ele tinha dito.
Polemius combinou com a jovem para ela se tornar noiva do seu filho e trazê-lo de volta à razão.
No início da conversa, ela não podia crer que este homem que falava com ela estivesse a ser sincero, pois ela era de origem humilde, mas as lágrimas nos seus olhos, finalmente, convenceram-na de que não se tratava de uma brincadeira.
Depois de vestida para ocasião, ela acompanhou o seu sogro para sua casa.
Crisanto recebeu-a graciosamente, ouviu os argumentos dela e mostrou-lhe os seus pontos fracos.
Como é que ela podia adorar deuses de pedra, de madeira e de ouro? Perguntou-lhe Crisanto.
Os templos ainda tinham de ter cães de guarda para proteger os seus tesouros de serem roubados!
E não era só isso, mas as histórias provavam que cada deus e cada deusa eram culpados de tantos pecados!
Daria respondeu que ele estava sendo um simplório.
Todos os pensadores sabiam que as histórias eram apenas fábulas e as imagens eram apenas para ajudar as massas ignorantes a concentrar suas mentes nos deuses.
Os deuses verdadeiros eram o vento e a chuva, fogo e coisas deste género.
Crisanto perguntou porque é que os verdadeiros deuses iriam deixar que a glória que lhes era devida fosse dadas às imagens.
Os "deuses" da chuva, do vento e do fogo estavam todos à nossa volta e podem ser adorados directamente.
Não, respondeu ele, há um Deus verdadeiro que fez todas estas coisas através de Jesus Cristo e que deve ser adorado.
No fim, foi Daria quem estava convencida.
Os dois assumiram o compromisso de realizar um casamento cristão, no qual cada um deles se dedicou a ganhar almas para Cristo.
Crisanto e Daria, depois de sofrerem horríveis suplícios, foram enterrados vivos.
Realmente houve um Crisanto e uma Daria e o seu martírio foi em 25 de Outubro de 283.
Os seus ossos e um cálice de prata com que os cristãos celebram a Santa Ceia foram encontrados no seu túmulo localizado nas catacumbas na Nova Via Salária, fora de Roma.
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