sábado, 2 de outubro de 2021

ANJOS DA GUARDA

A Igreja comemora, no dia 2 de Outubro, a festa dos Santos Anjos da Guarda. São eles espíritos celestes a quem Deus confiou a guarda e protecção dos homens. A cada ser humano, desde a hora de seu nascimento, foi confiado um Anjo da Guarda, que o acom-panhará até o dia de sua morte, protegendo e assistindo não só contra os perigos temporais, mas especialmente contra os perigos espiri-tuais. Embora o homem moderno procure desmistificar sua existência ou a sua perma-nência ao lado do homem como fiel compa-nheiro, há provas evidentes e indiscutíveis nas Sagradas Escrituras sobre o seu ofício divino. Devemos ao Santo Anjo um afecto todo especial e temos por obrigação amá-lo, honrá-lo e invocá-lo, pois é um grande amigo que temos e que vê incessantemente a face de Deus que está no Céu. Do berço até o túmulo, o Anjo da guarda vela por nós, nos defende e desvia das ciladas do demónio. “Como um leão, ruge ao nosso lado”, o demónio procura de todas as formas afastar o homem do caminho da virtu-de. É o que nos afirma São Pedro em sua pri-meira carta, capítulo 5, versículos 8 e 9: "Sede sóbrios e vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda ao redor de vós, como leão que ruge, buscando a quem possa devorar. Resisti-lhe fortes na fé, cientes que vossos irmãos, espalhados pelo mundo, sofrem a mesma tribulação." Com nossas próprias forças somente, jamais conseguiremos fazer frente ao demónio, que possui grande poder para perder, enganar e destruir as almas eternamente. Nas horas de perigo, o Santo Anjo nos incita à virtude, convida-nos à resistência e apresenta a Deus as nossas orações e nossas boas obras, apoiando-nos com sua intercessão. É preciso, portanto, que façamos a nossa parte, invocando-o incessantemente, consultando-o diariamente em todas as nossas acções. Durante cada minuto de nossa existência, trava-se uma batalha tremenda entre o Anjo da Guarda e o demónio, cada qual usando de todos os meios possíveis, um para nos salvar, outro para nos perder. Uma batalha invisível aos nossos olhos, porém, real e verdadeiramente terrível. Foi pelo poder do Anjo mau que o pecado entrou no mundo. Foi o demónio quem persuadiu Adão e Eva a pecarem; toda a balbúrdia subsequente àquela “subtil” desobediência à Deus, repercutiu de forma avassaladora no mundo. Assim, não é difícil decifrar a origem de toda maldade, corrupção, impurezas, guerras e todo o género de malignidade humana: São provenientes das nossas próprias opções, da nossa livre escolha em homologar as más inclinações que se nos fizeram presentes. Por maior que seja a tentação, a decisão final será exclusivamente nossa pelo exercício do livre arbítrio, que nos torna seres perfeitos para optar entre o bem o mal. Quem não acredita no Santo Anjo, certamente também não acredita no demónio. Sendo assim, torna-se o diabo uma presença insuspeita, onde suas emboscadas são duplamente perigosas. As tentações do demónio vencem-se com vigilância, jejum, mortificação, oração e confiança à Santíssima Virgem e ao Anjo da Guarda. Nossa Senhora, preservada da mancha original, comanda toda a legião de Anjos do Céu e da Terra. Cumpre seu ofício divino na batalha para esmagar a cabeça de Satanás. Invocada pela Igreja universal como “Rainha dos Anjos”, ouve as preces dirigidas ao nosso Anjo da Guarda e as apresenta a Deus. Especialmente na hora do medo, da dúvida, da ira ou da tentação, lembremo-nos da oração que o filhinho aprende, já nos primeiros exercícios da fala: O Santo Anjo. Seja esta oração infantil nossa companheira inseparável nos momentos de tribulação. 
Desde o desabrochar da vida até o desenlace, poderosa espada no combate contra o mal: 
Anjo do Senhor, 
meu zeloso guardador 
a quem a bondade divina 
se dignou confiar-me esclarece-me, 
protege-me, dirige-me 
e governa-me para sempre Amem.

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