Evangelho segundo S. Marcos 1,14-20.
Depois de
João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o
Evangelho de Deus, dizendo: Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de
Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Caminhando junto ao mar da
Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, porque eram
pescadores. Disse-lhes Jesus: "Vinde comigo e farei de vós pescadores de
homens". Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus. Um pouco mais
adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a
consertar as redes; e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco
com os assalariados e seguiram Jesus.
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilias
sobre o Evangelho, n° 5
«Deixando logo as redes, seguiram-No»
Poderíamos pensar […]: «Terão abandonado
assim tanta coisa para seguirem o Senhor, estes dois pescadores que não tinham
quase nada?» […] A verdade é que abandonaram muito, visto que renunciaram a
tudo, por muito pouco que esse tudo fosse. Nós, pelo contrário, apegamo-nos ao
que temos e procuramos avidamente o que não temos. Por isso, Pedro e André
abandonaram muito quando renunciaram ao simples desejo de possuir; abandonaram
muito porque, ao renunciarem aos seus bens, renunciaram igualmente ao que
ambicionavam. […]
Assim, quando vemos que alguns renunciaram a
grandes riquezas, não devemos pensar: «Gostaria muito de os imitar no seu
desprezo por este mundo, mas não tenho nada para abandonar, não possuo nada.»
Abandonais muito, meus irmãos, se renunciais aos desejos deste mundo. Com
efeito, o Senhor contenta-Se com os nossos bens exteriores, por muito pequenos
que sejam; pois é o coração que Ele tem em conta e não o valor das coisas: não
Lhe interessa a quantidade de coisas que Lhe sacrificamos, mas o amor que
acompanha a nossa oferenda.
Com efeito, pensando apenas nos bens
exteriores, os nossos santos comerciantes pagaram a vida eterna, a vida dos
anjos, com as suas redes e o seu barco. O Reino de Deus não tem preço e, por
conseguinte, não te custa nem mais nem menos do que aquilo que possuis.
http://www.evangelhoquotidiano.org/
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