Na brumosa Inglaterra, e de nobre família cortesã, nasceu Bento Biscop, no ano de 629. Oswy reinava sobre o território de Nortúmbria, e desde o primeiro momento tratou o jovem cortesão com especial solicitude.
Movido por suas precoces inquietudes religiosas, Bento viajou para Roma, desejando aprofundar-se na observância cristã e no estudo das ciências eclesiásticas.
Tempos depois, Bento regressou para a sua pátria, onde recebeu a entusiasta ajuda de Egfrido, herdeiro e sucessor de Oswy.
Bento fundou o mosteiro Wearmouth, colaborou com Teodoro de Tarso, arcebispo de Cantuária, com Adriano, na gigantesca tarefa de evangelizar a Grã-Bretanha.
Depois de fundar o seu segundo mosteiro, o de São Pedro de Jarrow, dedicou-se Bento Biscop ao ensino da música gregoriana e do completo ritual do catolicismo nas práticas religiosas das Ilhas Britânicas. Fomentou a arte em suas diversas expressões, pictórica, escultórica e arquitetônica, e acabou sendo um dos grandes pilares da incorporação inglesa à comunidade cristã do Ocidente.
Durante a vida, S. Bento Biscop foi para todos um exemplo vivo do mais puro amor a Deus e de todas as virtudes religiosas. Mas isso se manifestou de modo especial nos últimos anos de sua vida. Debilitado por várias enfermidades, deu a todos o exemplo de paciência e resignação cristã. Durante sua longa enfermidade, gostava de relatar suas correrias apostólicas e suas viagens a Roma, assim como os fatos que havia testemunhado em um sem-número de casas religiosas. E quando já não mais conseguia dispor de forças para falar ou rezar, pedia que um monge viesse recitar para ele as horas do ofício divino. Assim o fez, sobretudo durante os três últimos anos de sua vida, quando uma paralisia lhe tolheu todo e qualquer movimento.
Particularmente digno de menção é seu constante esforço para manter a presença de Deus, do qual brotavam ardentes exortações, que dirigia a seus discípulos: "Não considereis como minhas as constituições que vos dei. Depois de visitar dezessete mosteiros, que viviam na melhor observância, procurei fazer uma síntese das regras e práticas religiosas que me pareceram as melhores, e isto é que vos dei. Este é o meu testamento".
(Cf PALACÍN S.J., Carlos; PISANESCHI, Nilo. Santo nosso de cada dia, rogai por nós!, São Paulo: Loyola, 1991)
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