Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34.
Naquele
tempo, disse Jesus à multidão: "O reino de Deus é como um homem que lançou a
semente à terra.Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina
e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta,
depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o
permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita". Jesus
dizia ainda: "A que havemos de comparar o reino de Deus? Em que parábola o
havemos de apresentar? É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na
terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra; mas, depois de
semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta,
estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua
sombra". Jesus pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como
estas, conforme eram capazes de entender. E não lhes falava senão em
parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório Magno (c. 540-604),
papa, doutor da Igreja
Homilias sobre Mateus, cap. 13
«Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas,
se morrer, dá muito fruto» (Jo 12,24)
«O Reino do Céu é semelhante a um grão de
mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. É a mais pequena de todas as
sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e
transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus
ramos.» (Mt 13,31) Esta pequena semente é, para nós, símbolo de Jesus Cristo
que, colocado na terra, no jardim onde foi sepultado, de lá saiu pouco depois
pela sua ressurreição, erguido como árvore de grande porte.
Podemos
dizer que, quando Ele morreu, foi como uma pequena semente: foi uma semente pela
humilhação da sua carne e uma grande árvore pela glorificação da sua majestade;
uma semente quando apareceu aos nossos olhos inteiramente desfigurado e uma
grande árvore quando ressuscitou como mais belo dos filhos dos homens (Sl 44,3).
Os ramos desta árvore misteriosa são os santos pregadores do
Evangelho, cujo alcance é notado neste salmo: «O seu eco ressoou por toda a
terra e a sua palavra até aos confins do mundo.» (Sl 19,5; cf Rom 10,18) Os
pássaros descansam nos seus ramos quando as almas justas, que são elevadas dos
atractivos da terra nas asas da santidade, encontram nas palavras desses
pregadores do Evangelho a consolação de que precisam para as suas penas e as
fadigas desta vida.
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