O
profeta Isaias sabia compreender o coração de Deus. Aprendera de Deus a não ser
mesquinho e escancarara as portas do que parecia reservado ao “povo eleito’ a
todos os povos e compreendera sua missão universal. Expressa essa abertura com
a figura de um banquete que é símbolo da abundância e da comunhão de vida com
Deus. Deus é generoso para com todos os povos. O Monte Sião, onde se localiza o
templo, será o local escolhido para essa festa. O santuário, expressão máxima
da presença de Deus no meio de Seu povo, é agora aberto a todos. O grande sonho
de Deus é “eliminar a morte e enxugar todas as lágrimas”. O próprio povo se
libertará da desonra que padece. Deus é aberto a todos. Por Isaias podemos
compreender como Deus sonha a felicidade para todos. Deus fez as pessoas para o
paraíso, por isso não quer nem a dor, nem o pranto, nem as lágrimas. E mais:
Quer dar a felicidade a todos. O banquete conduz à comunhão que é vida, por
isso a morte perde seu domínio. A mão benfeitora de Deus continua sempre
criadora e salvadora. O salmo 22 é a expressão orante dessa promessa: “O Senhor
é o pastor que me conduz nada me falta. Ele me leva a prados verdejantes e para
águas repousantes, e prepara uma mesa para mim”.
O Reino de Deus é um convite
Jesus,
partindo dessa profecia, compara o Reino de Deus a um convite para um banquete
de casamento. Os grandes foram convidados, como de costume. Na hora da festa,
não compareceram, maltrataram os enviados e foram para suas preocupações. Então
o dono da festa manda chamar todos que encontrassem pelas ruas. A casa não é
mais para os selecionados, mas é para todos os que respondem ao chamado. Deus, que
é o Rei, convida a todos, envia os servos a chamar. É o chamado universal à
salvação. Essas núpcias, união de Cristo com todos os povos, são o momento mais
importante do Reino. O povo da antiga Aliança foi convidado e recusou
participar da festa que é a presença de Jesus em seu meio, como o Reino Novo.
Essa recusa, não é um simples ‘não me interessa’. É uma responsabilidade para
com uma proposta muito clara de Deus. Os que tinham direito a serem convidados
recusaram. Tomam seu lugar os que serão os novos convivas de Deus, os que estão
por vielas e cantos. Todos podem participar do convívio nupcial com Cristo.
Vestir a camisa do time
Mas, quem
acolhe o convite de Jesus, precisa estar de acordo com o Reino. O Rei vai
contemplar a sala do banquete e vê um sujeito que não está com a veste própria
da festa. Era costume no tempo antigo que, quando alguém convidava pra uma
festa, presenteava os convidados com ricas vestes. Recusar era ofensivo. Lemos:
“O Senhor me revestiu com vestes de salvação e me adornou com o manto da
justiça” (Is 61,10) . Aceitar exige que se esteja de acordo com o pensamento de
Cristo. Não pode jogar sem a camisa do time. O Evangelho conclui com as
palavras: “Muitos são chamados e poucos os escolhidos!” (Mt 22,14). São
Palavras duras, mas conseqüentes. Paulo diz em sua carta aos Filipenses que
ele, por esse Reino, vive bem em qualquer situação, sustentado pela força de
Deus. O Reino nos faz sempre felizes. O sonho de Deus é que cada um que acolha
esse convite viva o paraíso e se comprometa a não só usar, mas molhar a camisa
por Aquele que o escolheu.
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