Os
50 dias do Tempo Pascal são um grande domingo, como diz S. Atanásio. Páscoa é
uma festa na qual refletimos e vivemos a Paixão e a Glória de Jesus. Viver
significa celebrar e deixar atuar a força salvadora de Jesus em nós. O
Ressuscitado não é um santo a mais. É o Senhor glorioso. O Ressuscitado é o
mesmo que foi crucificado, pois traz as marcas dos cravos e o buraco que fez a
lança em seu peito. Essa foi a prova que Tomé pediu: “Se eu não vir a marca dos
pregos em suas mãos e não puser o meu dedo na marca dos pregos e não puser a
mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20,25). O fato da Ressurreição não é só um fato histórico,
mas é um acontecimento de fé. Não basta ver, é preciso crer. Os que viram dão
testemunho do fato. Os que não puderam ver, crêem, e por isso se salvam. João
encerra Seu evangelho com esta declaração: “Estes fatos foram escritos para que
acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, para que crendo, tenhais a
Vida em seu nome” (Jo
20.31). Jesus, naquela noite deu
o Espírito Santo aos apóstolos para o perdão dos pecados. Estes pecados não são
só os individuais, secretos, mas são todas as forças do mal presentes no mundo.
Ele morreu e ressuscitou para todo o Universo de todos os tempos e não só para
um grupinho de seguidores. Com a Ressurreição iniciou-se a reconciliação
universal já presente no Cristo Homem-Deus. Na Cruz Jesus realiza a reconciliação
morrendo por todos. E Ele é o Senhor. “Ele é a pedra que os construtores rejeitaram e que se tornou pedra angular” (Sl 117,22). Jesus é o
Senhor, não por opção das pessoas, mas porque todos foram escolhidos por Ele...
e destinados a ser filhos adotivos por Jesus Cristo (Ef 4,4). Deus O constituiu Senhor e
Cristo, diz Pedro no dia de Pentecostes (At 2,36). Na força do Ressuscitado e
conduzidos pelo Espírito, os apóstolos deram um forte testemunho que suscitou a
fé. A mesma força de cura que estava em Jesus agiu nos apóstolos. O Espírito
desperta em nós a fé, como despertou nos discípulos.
Sacramentos pascais.
A Páscoa não é uma mera
lembrança de um fato passado, mas proclamação de uma presença de Cristo que
continua agindo no meio de Seu povo. Cristo ressuscitado continua agindo na
Igreja e nos sacramentos que proclamam Sua presença e agem em nós para a
salvação. Na Páscoa celebramos solenemente o Batismo, a Crisma que é a unção do
Espírito e a Eucaristia. O Espírito permanece na Igreja para a realização dos
sacramentos. Como na Encarnação deu vida humana ao Filho de Deus no seio de
Maria, agora, no seio da comunidade, dá vida divina aos que recebem os
sacramentos. Por isso a Páscoa é um grande hino: Dai graças ao Senhor porque
Ele é bom, eterna é sua misericórdia.
Comunidade de vida
Não podemos nos
sentir menores que os Apóstolos que viram o Ressuscitado, pois diz Jesus: “Felizes
os que creram ser ter visto” (Jo 20,29). Desde os primeiros momentos, a
primeira percepção sobre os que creram é a união: “Todos os fiéis se reuniam,
com muita união” (At 5,12). Os Apóstolos
continuavam a missão de Jesus com Seu vigor de cura e transformação. A nós que
cremos, somos chamados a nos renovar pela profissão de fé e pelo Batismo (Oferendas) que nos
unem num só corpo, e conservar em nossa vida o sacramento pascal que recebemos (pós-comunhão). A
Páscoa é uma vida, um novo modo de viver
e não uma celebração que passa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário