quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Paixão de N. S. Jesus Cristo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
1241. Ele foi ferido
            Já próximos da Semana Santa e dos momentos trágicos da Morte e das alegrias da Ressurreição de Cristo, vamos procurar contemplá-Lo e aprender da Sua Paixão e da Sua Vida Nova. Um autor pouco cristão disse que os católicos se firmaram no pior da vida de Cristo, que foi sua morte. Não é nossa fé! Ao viver a fé em Jesus Crucificado, estamos seguindo o que diz S. Paulo: “Junto de vós não quis saber de outra coisa as não ser de Cristo Crucificado” (1Cor 2,2). Cristo foi crucificado e morto. Agora vive na Glória do Pai. Mas Sua Morte permanece como mistério do qual participamos. Como podemos afirmar a necessidade de nossa união à cruz de Cristo? O que aconteceu com Cristo tem valor eterno. Os fatos da vida de Cristo não são somente históricos, mas sempre presentes como Redenção. Ao celebrá-los, não os repetimos, mas nos tornamos presentes a eles e deles participamos recebendo o mesmo dom de Graça da Redenção. Estamos mais presentes à Sua Morte do que os que estavam ali presentes, pois o fazemos pela fé. Não pegamos o pior, mas o melhor, pois foi ali que o Deus eterno, em seu Filho, assumiu totalmente a natureza humana e o manifestou ao extremo amor: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo do amor” (Jo 15,1). Na cruz, buscamos não a dor, mas o amor com que Ele viveu este momento. Sua Encarnação chega à morte e à sepultura, pois aí foi totalmente humano. Ele é o Pastor ferido que deu a vida por suas ovelhas. “Eu dou a vida pelas minhas ovelhas” (Jo 10,15), diz Ele próprio. Podemos entender os sofrimentos de Jesus quando lemos os cânticos do Servo de Javé, personagem misteriosa do profeta Isaías que é uma profecia sobre o futuro Messias. É uma profecia que Ele realiza.
1242.Manter os olhos fixos
            A Carta aos Hebreus convida os cristãos a manter “os olhos fixos Naquele que é o autor e o realizador da fé” (Hb 12,2). E Paulo, na Carta aos Gálatas, lamenta fortemente: “Ó Gálatas insensatos, quem vos fascinou, a vós, ante cujos olhos foi desenhada a imagem de Jesus Cristo crucificado?” (Gl 3,1). Este tempo de Paixão do Senhor é o momento sacramental de contemplar o Redentor ferido, e deixar que Suas chagas imprimam em nós Sua vida e Sua obediência total ao Pai. Quando fazemos a vontade do Pai, podemos refazer em nós Sua Paixão. Nossa vida se torna redenção. Sem a visão do Cristo Crucificado, não temos condição de entender sua mensagem de cruz: É assim que se ama! O amor da cruz não se fundamenta na dor e sim na razão que o levou até ao máximo da dor: Fazer a vontade do Pai. O Pai não propôs nem a dor nem a morte, pois Deus não quer que ninguém sofra e que não se perca nenhum dos pequeninos. Sua vontade se identificou com a vontade do Pai, por isso foi redentora do homem que se perdera.
1243.Ser imagem do Crucificado
            É certo que uma imagem de Jesus Crucificado não é, nem uma sombra, o que era o Homem Deus Jesus, crucificado, mas já nos anima a amá-Lo em seu mistério de entrega ao Pai. Esta imagem, colocada nos lugares públicos, é uma pregação sobre como viver as realidades humanas. Ao contemplá-la, somos animados a sermos também imagens do Filho amado de Deus. Não vamos repetir sua dor, mas viver os momentos de dor, de dificuldades, unidos a Ele para a redenção do mundo. Fazendo a vontade do Pai, estamos crucificados com Ele. Paulo escreve: “Fui crucificado com Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim” (Gl 2,19-20). Celebrar a Paixão é unir-se a Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. Continuamos a Paixão de Cristo em nosso Corpo (Cl 1,24).
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