sábado, 30 de dezembro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Conheço minhas ovelhas e elas me seguem”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Conduz às fontes das águas.
            O Tempo da Páscoa nos introduz no ensinamento e na Vida de Cristo. É um momento de acolher os frutos da Ressurreição. Não só lembramos o acontecimento da passagem de Cristo da morte para a Vida, como também de nossa ressurreição com Ele. A liturgia nos desvenda as riquezas dadas por Jesus. Jesus não é um simples morto que voltou à vida, mas o Ressuscitado que é o Senhor, um com o Pai e Pastor de Seu povo. De seu lado aberto saiu sangue e água. Estas águas da Vida jorradas de seu coração são a meta de todos os que creem. É para essas águas que Ele nos conduz. As águas simbolizam a Vida de Deus na qual vivemos. Nas orações da celebração de hoje pedimos que sejamos conduzidos às alegrias celestes onde já está o Pastor (Oração). Estas alegrias nos advêm da participação dos sacramentos que continuam em nós a obra da Redenção (Oferendas). É assim que nos conduz às águas (Ap 7,17). Salvos por Jesus adquirimos uma morada nos Céus (Pós-comunhão). Ele mesmo dissera que iria nos preparar um lugar (Jo 14,2). Ele é o Pastor que nos conduz. Entre o Pastor e a ovelha há uma relação de conhecimento para o seguimento: “Eu conheço as minhas ovelhas e elas me seguem”. Este conhecimento é o mesmo pelo qual conhece o Pai e é por Ele conhecido. Por isso Jesus diz: o Pai e Eu somos Um (Jo 10,30).  O tempo da Páscoa nos ensina a divindade de Jesus, por isso insiste nas palavras: Eu Sou. É o Nome e o Ser de Deus. O Pastor se põe na condição de igual ao Pai. É este conhecimento que dá às ovelhas a segurança de seguí-Lo. Estão protegidas e ninguém as tirará de suas mãos. Lemos no Apocalipse que Ele nos abrigará na Sua tenda (Ap 7,15).
Eu lhes dou a vida eterna
               Ouvir e seguir o Pastor é ter a salvação. Jesus é pastor unido ao Pai que é o Pastor e Rei de seu povo. O conhecimento que Jesus tem de suas ovelhas e elas Dele, não é um saber coisas sobre Ele, mas de uma experiência da Vida. Elas formam uma comunidade que escuta o Pastor.  A experiência se dá quando se ouve a voz do Pastor. Os que O seguem se juntarão à imensa multidão dos que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro (Ap 7,13). Mesmo no meio das perseguições, terão suas lágrimas enxugadas (Ap 7,17). Conhecer o Pastor é uma experiência de união total de vida, tendo seus mesmos sentimentos, suas atitudes, e assumindo a cruz como Ele tomou. O conhecimento através do amor ensinará a Verdade do Pastor. Ele é a base da missão de todo apóstolo como vimos em Paulo e Barnabé.
Chamados a ser pastor
Na perspectiva vocacional corremos o risco de ficar no periférico desta vocação, como ritos, roupas, promoções, tradições e costumes. A verdadeira vocação se dá nesta íntima união com o Pastor, em seus sofrimentos, como ocorreu com os apóstolos. A tentação do mundo na ganância, no orgulho, no exterior e na riqueza, não combina com Jesus. A piedade exterior também não serve. É preciso lavar as vestes no sangue do Cordeiro, isto é, ter adesão total a Ele. Aí sim, podemos conduzir com Ele o povo que lhe é fiel. A vocação tem uma dimensão universal, como universal é a missão de Jesus. Como Paulo deixa o judaísmo e se abre ao mundo pagão, somos chamados a nos abrirmos ao novo que nos é dado nesta vocação. A missão de todo o cristão, de modo particular dos pastores, é que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário