quarta-feira, 4 de novembro de 2015

EVANGELHO DO DIA 4 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo S. Lucas 14,25-33.
Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes:«Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir, e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São João Cassiano (c. 360-435), fundador de mosteiro em Marselha 
Conferências 3, 6-7 
Renunciar a todos os bens
Segundo a tradição dos Padres e a autoridade das Sagradas Escrituras, as renúncias são em número de três. […] A primeira diz respeito às coisas materiais: devemos desprezar as riquezas e todos os bens deste mundo. Pela segunda, repudiamos a nossa antiga maneira de viver, os vícios e as paixões da alma e da carne. Pela terceira, distanciamos o nosso espírito de todas as realidades presentes e visíveis, para contemplarmos apenas as realidades futuras e desejarmos apenas as realidades invisíveis. Estas renúncias devem ser observadas em conjunto, como o Senhor ordenou a Abraão quando lhe disse: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai» (Gn 12,1). 
«Deixa a tua terra» – isto é, as riquezas da terra –, disse-lhe em primeiro lugar. Em segundo lugar disse-lhe: «Deixa a tua família», isto é, os hábitos e os vícios passados que, agregando-se a nós desde o dia em que nascemos, estão estreitamente unidos a nós por uma espécie de parentesco. E, em terceiro lugar, «Deixa a casa de teu pai», quer dizer, todas as ligações a este mundo que se apresentam aos nossos olhos. […] 
Contemplemos, como diz o Apóstolo Paulo, «não as coisas visíveis, mas as invisíveis, porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2Cor 4,18) […]; «nós, porém, somos cidadãos do céu» (Fil 3,20). […] Sairemos, pois, da casa do nosso antigo pai, daquele que era nosso pai segundo o homem velho desde o dia em que nascemos, desde que «éramos por natureza filhos da ira, como os demais» (Ef 2,3), e transferiremos toda a nossa atenção, todo o nosso espírito, para as coisas celestes. […] Então, a nossa alma elevar-se-á até ao mundo invisível, pela meditação constante das coisas de Deus e pela contemplação espiritual. 

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