quarta-feira, 25 de novembro de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Ele passou fazendo o bem”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Revelação do Batismo
A festa do Batismo de Jesus é densa de ensinamentos sobre Jesus e sua missão, como também sobre nosso batismo. Jesus não precisava ser batizado pois o Batismo de João era para a conversão. Jesus não necessitava. Mas, ao ser batizado por João, assume sobre si toda a iniqüidade da humanidade e santifica as águas, para que o seu futuro batismo purifique dos pecados e dê o Espírito Santo. Nesse momento de entrega de Jesus ao mundo para a redenção, o Pai o declara: “Este é o meu Filho amado no qual ponho todo o meu agrado” (Mt 3,17). Sobre Ele envia o Espírito Santo que será seu guia. Ele caminhará na força do Espírito. As ações de Jesus, sua intimidade com o Pai, seu poder de curar são sempre movidas pelo Espírito, como lemos, logo a seguir ao batismo: “Então Jesus, foi levado pelo Espírito para o deserto para ser tentado pelo diabo” (Mt 4,1). O Filho amado é o servo que implantará a justiça, será centro de aliança do povo e luz das nações (Is 42,6). Sua palavra é revelação do Pai e de seu Reino. Ao ser batizado, está revelando que será necessário passar pelas águas para ser filho e ungido pelo Espírito, como Ele o foi. Depois que Jesus sai das águas, abrem-se os céus. Ele é o caminho para o Céu de onde vem a voz do Pai e é enviado o Espírito. O batismo que João dá a Jesus não é o que recebemos, pois Jesus batiza no Espírito. Seu batismo é sua consagração para a missão: uma missão universal, pois Deus não faz distinção de pessoas, como explica Pedro a Cornélio, o pagão fiel (At 10,34). Sua missão é fazer o bem sob a unção do Espírito: “Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio” (38). Cada cristão é o filho amado do Pai que exerce uma missão de amor, força transformadora do Reino, no qual se pratica o bem.
Ungido para evangelizar os pobres
Esse batismo revela-nos a missão do Filho. Deus o unge com o Espírito para a missão de anunciar a Palavra. Este anúncio é para a redenção de todo homem e do homem todo, pois Jesus não só pregava, mas confirmava com os seus milagres, curando todo o tipo de doenças e enfermidades (Mt 4,24). Pedro diz que ele passou entre nós fazendo o bem. Uma bela lembrança. A missão do Filho é explicada por Isaias quando relata sobre o servo amado de Deus: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas” (Is 42,6-7). A unção batismal que recebemos, não é algo pessoal e íntimo, mas para o bem de todos. O Espírito estimula sempre os batizados à prática do bem e do amor aos necessitados.
Sejamos filhos de fato
                  A oração pós-comunhão convida a “ouvir o Filho amado de Deus para que, chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato”. A meta é caminhar como Jesus caminhou, fazendo o bem. Fica bem recordar que nosso batismo é uma fonte que jorra sem parar, não um ato do passado.  Ele é a porta de entrada no Reino de Deus, dele nascem os demais sacramentos e a vida cristã. É o momento de renovar nossa opção fundamental, aprofundar o amor que o Pai nos dedica como a filhos amados – como o seu Dileto Filho, e nos dispor à missão que o Espírito nos confere na Igreja e no mundo. A missão acontece em uma comunidade na qual somos inseridos para nela fazer o bem.

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