- Dona Dolores (Lola na intimidade) vinda do interior para tratar do coração, recebia também visitas religiosas do P. Pelagio e dona Madalena. Após uma dessas ocasiões, ele já estava saindo, quando a enferma o chamou insistentemente. Ele voltou e presenciou um fenômeno tão singular quanto misterioso, sendo testemunha a própria dona Madalena. O terço que Lola segurava entre os dedos, ia desfiando e soltando as contas, como pétalas de rosa que se desprendem da roseira ao soprar o vento. O que significaria esse fenômeno? P. Pelágio viu nisso a cura que ia acontecer. No dia seguinte, após a benção ela sentiu-se curada para sempre.
Indagadas sobre o dia do sepultamento do P. Pelágio, as duas irmãs continuaram:
- Que dia triste aquele 23 de novembro de 1961! A consternação era geral. Nossa capital parou para acompanhar as exéquias. Nossa família estava em peso, acompanhando tudo. Foi até o caçula José Pelágio, mas no colo da mamãe. Durante o velório as flores depositadas no caixão mortuário eram logo carregadas pelos devotos, ávidos por uma relíquia. Lembro-me que o féretro foi levado na ponta dos dedos pelos homens. Era gente demais caminhando pela avenida e afluindo das ruas laterais.
Aconteceu outro fenômeno nesse dia. Quando a multidão aguardava na praça da igreja matriz a saída do cortejo fúnebre, muitos viram um bando de passarinhos formando uma cruz bem delineada no céu. Essa “esquadrilha alada” seria a própria natureza participando daquele momento solene? Quantos fenômenos semelhantes se escondem nas dobras do tempo e do passado, aguardando uma interpretação. Concluindo a entrevista, embora pudesse prolongar-se devido à riqueza de testemunhos, fiquem como lição estes últimos depoimentos de nossas entrevistadas:
- P. Pelágio foi uma pessoa alegre. Nunca reclamava. Vivia na contemplação e na oração. Agradecemos ao Pai Eterno por ter deixado um santo entre nós, e a gente não sabia.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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