PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
151. Jesus é a
novidade
Jesus
veio na condição humana. E era tido como o Filho do carpinteiro, amigo de
publicanos e pecadores. Sofreu uma forte rejeição da classe dominante e ao
mesmo tempo teve a aceitação espontânea
do povo simples. Por que? Ele era alguém que não passava desapercebido. Diante
dEle, tinham que tomar uma posição. Simeão profetizara: “Ele será posto como
sinal de contradição” (Lc 2,34). Ou é aceito ou é recusado. Pregava uma
doutrina nova comprovada com milagres! Os soldados que foram prendê-lo no
templo disseram “ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7,46). Ele
incomodava muito aos inimigos. Mais que uma doutrina, a pessoa é que era a
novidade. Os discípulos amaram sua doutrina, mas percebe-se que mesmo após a
ressurreição estão embaralhados. O que os prende é a pessoa de Jesus que
reconhecem como Deus. Pedro diz claramente: “Tu és o Filho de Deus”! (Mt
14,33). Não é um pregador a mais, um mestre a mais. Ele é o NOVO. NEle se abriu
o Céu e Deus Se faz presente no mundo de modo visível. A sociedade, às vezes,
tem Jesus como um grande da história que é objeto de nosso estudo e pesquisas
que provocam curiosidade. Na história apareceram grandes homens e fundadores de
novos caminhos com muitas novidades. Mas Ele é a novidade, depois uma doutrina
nova.
152. Lei nova
Jesus
nasceu de um povo que em uma longa história de escolhas de Deus e de alianças
com Ele. Não podemos entender Jesus sem colocá-lO dentro desse contexto
histórico. Ele mesmo diz que não veio mudar a lei mas, cumpri-la até o fim. Por
outro lado, o Antigo Testamento perde todo o sentido se não converge para
Cristo. A lei e os profetas falam dEle (Jo 5,46). Em Cristo, contudo, começa o
tempo da plenitude. Os tempos estavam maduros quando Jesus veio. Ele se coloca
acima da lei, do tempo e das tradições. “O Filho do Homem é também senhor do
sábado” (Mt 12,08). Jesus é muito claro: “Eu vos dou um novo mandamento” (Jo
13,34) – “o meu mandamento é que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo
15,12). Há algo pessoal que Jesus quer ensinar: com Ele começa um novo tempo,
faz mesmo correções à lei com aquela expressão “eu porém vos digo” que
encontramos no sermão da montanha. Jesus coloca o fundamento da lei nova no
amor. Há um só amor: o amor a Deus e o amor ao próximo. “Destes dois mandamentos dependem toda a lei
e os profetas” (Mt 22,40).
153. Amor
eterno
A
missão de Jesus foi revelar o Pai e nos introduzir na vida da Trindade. Como
Ele é a revelação, nós o acolhemos como pessoa e a partir dEle, seu
ensinamento. Ao aceitá-lo nós nos unimos a sua vida e também ao Seu
relacionamento com o Pai, que é amor. Esse amor é o próprio ser de Deus, pois
“Deus é amor”, diz S. João. Esse amor está em Deus e rege todas as ações de
Deus no seio da Trindade e também em suas ações em relação a nós. Desde a
criação, história, redenção, vida de Igreja, tudo é ordenado pelo amor. Jesus,
dá-nos viver esse amor. Nós nos relacionamos com Ele no amor e vivemos com os
outros no amor. Vivemos assim a vida eterna: “se alguém Me ama, o Pai o amará e
viremos a Ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23). “E dEle temos este
mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4,21). Vivamos o
amor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário