sábado, 7 de junho de 2014

EVANGELHO DO DIA 7 DE JUNHO

Evangelho segundo S. João 21,20-25.
Naquele tempo, Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: 'Senhor, quem é que te vai entregar?' Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: «Senhor, e que vai ser deste?» Jesus respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!» Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?» Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro. Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Jean-Pierre de Caussade (1675-1751), jesuíta 
O Abandono à Providência divina, cap. 11, §§ 191ss 
«O mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever»
Desde a origem do mundo que Jesus Cristo vive em nós; Ele opera em nós durante todo o tempo da nossa vida […]; começou em Si mesmo e continua nos seus santos uma vida que nunca acaba. […] Se «o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever» sobre o que Ele fez e disse e sobre a sua própria vida, se o Evangelho esboça apenas alguns traços, se a primeira hora é tão desconhecida e tão fecunda, quantos evangelhos não seria preciso escrever para narrar a história de todos os momentos desta vida mística de Jesus Cristo, que multiplica os milagres indefinidamente e os multiplicará eternamente, uma vez que todos os tempos mais não são do que a história da acção divina? O Espírito Santo gravou em traços infalíveis e incontestáveis alguns momentos desta vasta duração, coligindo nas Escrituras algumas gotas deste mar e revelando através de que maneiras secretas e desconhecidas trouxe Jesus Cristo ao mundo. […] 
O resto da história desta acção divina que consiste em toda a vida mística que Jesus vive nas almas santas até ao fim dos séculos é o objecto da nossa fé. […] O Espírito Santo já não escreve evangelhos senão nos corações; todas as acções, todos os momentos dos santos são o evangelho do Espírito Santo; as almas santas são o papel, os seus sofrimentos e acções são a tinta. O Espírito Santo, através da pena da sua acção, escreve um evangelho vivo. E só o poderemos ler no dia da glória em que, após ter saído da imprensa desta vida, será publicado. 
Oh, que bela história! Que livro belo o Espírito Santo está a escrever! Ele está no prelo, santas almas, não há dia em que não se arranjem as letras, não se aplique tinta, não se imprimam as folhas. Mas estamos na noite da fé: o papel é mais negro do que a tinta […]; é uma língua do outro mundo, não a compreendemos; só podereis ler este evangelho no céu. 

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