quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Beata Maria Refúgio do Santo Anjo, Virgem e mártir

Infância e vocação Maria Roqueta Serra nasceu no dia 20 de abril de 1878 em Gabarra, uma pequena cidade na província de Lérida, e foi batizado um dia após o nascimento. Seus pais, Maria Serra e Francisco Roqueta, eram pessoas de vida e de fé simples: morreram, respectivamente, quando ela tinha oito anos e quinze. Aos dezenove anos, em 1º de abril de 1897, entrou no noviciado das Irmãs Carmelitas Missionárias em Barcelona, congregação fundada pelo Beato Francisco Palau y Quer. Fez sua profissão em 20 de dezembro de 1898 e a profissão perpétua em 23 de abril de 1904. Seu nome religioso era Irmã Maria Refúgio do Santo Anjo.
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Foi designada à vários serviços braçais em várias casas da congregação, desempenhando-os sempre com o mesmo estilo: fervorosa e cuidadosa no trabalho, embora doente do coração. Ao fazer os trabalhos mais difíceis, ela rezava. Quando se tornou claro que o martírio estava próximo, ela disse que imediatamente começou a rezar assim que ouvia alguns disparos, porque o seu coração não iria aguentar. Apesar do medo, ela se preparava para o pior, o que também se refletia em seus sonhos: durante uma recreação da comunidade, disse que tinha sonhado ser morta junto com a superiora da casa, a Irmã Esperança da Cruz, da qual era vicária. Na perseguição da guerra civil Em 20 de julho de 1936, dois dias após o início da Guerra Civil Espanhola, as Irmãs decidiram não abandonar a casa de Vilarrodona, enquanto as crianças da escola estavam em férias. No dia seguinte, sabendo que as Irmãs eram vigiadas por militantes revolucionários, Irmã Esperança as reuniu na capela e lhes deu a Comunhão, de modo a esvaziar o Tabernáculo. Em 22 de julho, as Irmãs tiveram que deixar o colégio e procurar refúgio com as famílias de conhecidos. Irmã Refúgio foi recebida pela família do Dr. José Gabalda, residente em frente à igreja paroquial. Na mesma casa estavam refugiados o pároco e o capelão da escola das freiras, Pe. José Maria Escoda, mais preocupado com a devastação da igreja do que por sua vida. Quando, na noite de 23, o edifício sagrado foi saqueado e o mobiliário da igreja, juntamente com as imagens, entregues às chamas, perdeu o controle de si mesmo. Ele procurou sair e se opor ao desastre, mas os donos da casa o impediram: ele chegou a forçar a porta, mas caiu no chão inconsciente. Mais tarde, em 25 de julho, foi executado. Irmã Refúgio, que havia escondido a chave da casa para evitar que o sacerdote saísse, viveu aqueles momentos tentando ficar tranquila, considerando-os uma preparação para a morte. "Até logo, no céu!" Em 24 de julho, um grupo de milicianos aprisionou todas as Carmelitas Missionárias: reuniram-nas na praça e as colocaram em uma van, escoltada por dois automóveis em que estavam mais homens armados. Eles pararam momentaneamente para fingir um tiroteio, em seguida, continuaram a andar. Na noite seguinte, o Pe. Escoda e as Irmãs, graças à intervenção de uma amiga, se refugiaram em sua casa: seis dias se passaram na incerteza, mas cuidados com carinho pela proprietária da casa. O sacerdote foi, então, pego e fuzilado junto com seu coadjutor, ordenado apenas um mês antes. Em 31 de julho, as religiosas foram libertadas, com permissão para ir a Barcelona para se reunir com suas famílias. Ao se separar das coirmãs, junto com a madre superiora, Irmã Esperança da Cruz, Irmã Refúgio a ouviu saudar: "Até logo, no céu" O martírio As duas foram para a casa da irmã de Irmã Refugio, mas ninguém abriu-lhes a porta. Depois de alguns momentos de desespero, elas foram novamente detidas e entregues ao Comitê Revolucionário do lugar, que as trancou em uma casa nas proximidades. Pouco tempo depois elas foram novamente retiradas e levadas para a sede do Comitê; de lá, elas foram conduzidas em uma caminhonete e levadas para fora da cidade. Fizeram-nas descer numa estrada de La Rabassada e ali as fuzilaram. Irmã Esperança tinha 61 anos de idade, dos quais quarenta de vida consagrada. Irmã Refúgio tinha 58 anos, 38 dos quais viveu entre as Carmelitas Missionárias. No dia seguinte, 1º de agosto, os corpos de Irmã Esperança e Irmã Refúgio foram recolhidos, junto com os de duas outras irmãs de sua própria congregação, da casa-mãe de Gracia, mortas no mesmo lugar: Irmã Daniela de São Barnabé e Irmã Gabriela de São João da Cruz. Após a autópsia, os quatro corpos foram enterrados em uma vala comum. A causa de beatificação As quatro Carmelitas Missionárias foram incluídas num processo que abrangia um total de 64 mártires: além destas, 44 Irmãos das Escolas Cristãs, 14 Carmelitas Descalços, uma Irmã Carmelita da Caridade e um seminarista. Para todos eles se fez um único processo: obtida a autorização da Sagrada Congregação dos Ritos (que se ocupava então com as causas de beatificação e canonização), as sessões foram celebradas a partir de 13 de novembro de 1952 a 7 de junho de 1959. A investigação diocesana foi validada em 18 de outubro de 1991 e finalmente, em 22 de junho de 2004, o Papa João Paulo II autorizou a promulgação do decreto que declarava mártires também as Irmãs Daniela, Gabriela, Refúgio e Esperança. Os 64 mártires foram beatificados em 28 de outubro de 2007, em um rito que elevava aos altares um total de 498 religiosos e leigos reunidos no martírio havido durante a perseguição da guerra civil espanhola. 

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