sábado, 24 de agosto de 2019

EVANGELHO DO DIA 24 DE AGOSTO

Evangelho segundo São João 1,45-51. 
Naquele tempo, Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: «Encontrámos Aquele de quem está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas. É Jesus de Nazaré, filho de José». Disse-lhe Natanael: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» Filipe respondeu-lhe: «Vem ver». Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse: «Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento». Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?» Jesus respondeu-lhe: «Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira». Disse-lhe Natanael: «Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel!». Jesus respondeu: «Porque te disse: "Eu vi-te debaixo da figueira", acreditas. Verás coisas maiores do que estas». E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem». Tradução litúrgica da Bíblia 
Bento XVI 
papa de 2005 a 2013 
Audiência geral de 04/10/06 
(trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.) 
«Vem ver»: o apóstolo Bartolomeu-Natanael 
conhece o Filho de Deus 
Tradicionalmente, o apóstolo Bartolomeu é identificado com Natanael: um nome que significa «Deus deu». Este Natanael provinha de Caná (cf Jo 21,2), e portanto é possível que tenha sido testemunha do grande «sinal» realizado por Jesus naquele lugar (cf Jo 2,1-11). A identificação das duas personagens é provavelmente motivada pelo facto de este Natanael, no episódio de vocação narrada pelo evangelho de João, ser colocado ao lado de Filipe, isto é, no lugar que Bartolomeu ocupa nos elencos dos Apóstolos narrados pelos outros Evangelhos. Filipe tinha comunicado a este Natanael que encontrara «Aquele de quem está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas. É Jesus de Nazaré, filho de José» (Jo 1,45). Como sabemos, Natanael tinha um forte preconceito: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» (Jo 1,46). Esta espécie de contestação é, à sua maneira, importante para nós. De facto, ela mostra-nos que segundo as expectativas judaicas, o Messias não podia provir de uma aldeia obscura como era precisamente Nazaré (cf Jo 7,42); mas, ao mesmo tempo realça a liberdade de Deus, que surpreende as nossas expectativas fazendo-Se encontrar precisamente onde não O esperávamos. Por outro lado, sabemos que Jesus, na realidade, não era exclusivamente «de Nazaré», pois tinha nascido em Belém (cf Mt 2,1; Lc 2,4) e, em última análise, provinha do Céu, do Pai que está no Céu. A história de Natanael sugere-nos outra reflexão: na nossa relação com Jesus, não devemos contentar-nos com as palavras. Na sua resposta, Filipe faz um convite significativo: «Vem ver» (Jo 1,46). O nosso conhecimento de Jesus precisa sobretudo de uma experiência viva: o testemunho de outrem é certamente importante, porque normalmente a nossa vida cristã começa com o anúncio, que chega até nós por obra de uma ou de várias testemunhas. Mas depois devemos deixar-nos envolver pessoalmente numa relação íntima e profunda com Jesus.

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