PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Deram as primícias da fé
Pedro, homem de pouca instrução, Paulo homem bem formado. Pedro pobre e Paulo tecelão de qualidade. Cada um deles contribuiu, a seu modo, para o desabrochar da Igreja. Jesus confiou-lhes ministérios diferentes na mesma fé. “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, e fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel” (Prefácio). A ele foi confiada a evangelização dos judeus mantendo assim a promessa feita aos patriarcas para o futuro do povo. Pedro se dedicou de coração aos judeus, mas soube usar as chaves do Reino para abrir o evangelho aos pagãos, como foi no caso do batismo de Cornélio (At 10, 1-48), dando uma interpretação completamente diferente e nova ao relacionamento dos judeus e pagãos que eram considerados impuros. A visão era uma ordem para comer animais impuros. Havia uma proibição de comer animais impuros como lemos em Levítico 11. A visão de Pedro insiste que Deus não considera ninguém impuro. Assim as chaves de Pedro abrem as portas do Reino de Deus a todos os povos. Há uma comparação entre os pagãos e os animais impuros. Paulo, superando tudo que aprendera do judaísmo foi capaz de continuar judeu e unir-se aos pagãos com sua evangelização. Desse modo esses dois homens são as bases da fé para o mundo gentio – pagão e para os judeus. Jesus é uma novidade total. E por isso arriscam suas vidas. Rezamos no salmo: “E de todos os temores me livrou”. A fé que os fundamentou na missão tem fragilidades, mas foi suficiente para dar bases ao edifício da Igreja de Cristo. “Os ensinamentos desses dois apóstolos nos deram as primícias da fé” (Oração). Esta abertura que lhes proporciona a fé torna-se a garantia do futuro. Paulo diz que depois das batalhas lhe está reservada a coroa da justiça (2Tm 4,8).
A união dos dois apóstolos
Pedro e Paulo são diferentes em sua experiência de Jesus. Pedro viveu com Jesus, Paulo O conheceu de modo diferente recebendo dele a missão para o mundo pagão. Às vezes até se contrapondo puderam discernir não a partir de suas idéias, mas a partir da fé em Cristo na Igreja. Nas discussões do grande tema da conversão dos pagãos, buscam o bem da Igreja e não suas próprias idéias. A união dos dois apóstolos vai ao extremo de darem a vida por Cristo em Roma, centro do mundo. Jerusalém foi lavada com o sangue de Cristo. Roma, com o sangue dos dois apóstolos. Ela tornou-se propulsora de evangelização. Não pode faltar o testemunho.. Os dois têm o mesmo sentimento da presença de Cristo: Paulo diz: “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças” (2Tm4,17). Pedro diz com confiança: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (At 12,11).
Mestres da Igreja
Podemos aprender desses dois homens como discutir para discernir, não para ganhar. As tensões que a Igreja vive são, às vezes, insolúveis por não se buscar o bem de Cristo. Puderam abrir a porta aos pagãos sem fechar aos judeus. Paulo foi sempre mestre porque foi sempre aprendiz, procurava conferir com os mestres de Jerusalém, os apóstolos e anciãos, se ele estava caminhando certo (Gl 2,2). Essa sabedoria humilde é capaz de construir. “A sabedoria incha, a caridade edifica (1Cor 8,1). Lembremos também que o Papa Francisco, com carinho e força, dirige a Igreja agitada pelas ondas de tantas maldades e pecados. Deus lhe dê força. A nós cabe a ousadia de ouvir esses dois monumentos de fé e assumir suas atitudes na Igreja hoje. Atitude de fé e fortaleza contra os males do mundo.
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