Nossa
fé ensina que Jesus subiu aos Céus: “Creio em Deus Pai... e em Jesus Cristo, seu
único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado. Desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos
céus; está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso, donde há de viver
julgar os vivos e os mortos”. Acreditamos na Ascensão com a mesma
intensidade de fé que temos em todos os mistérios de Cristo. A Ascensão é
importante para a nossa fé e nos indica como vivê-la. Ela não é um momento de
Sua Vida, mas uma presença permanente em nossa vida pessoal e na Igreja. Quando
diz que Ele voltará, tem-se a impressão de tempo vazio, sem atividade e
relacionamento conosco. Contudo diz: “Estarei convosco todos os dias até a
consumação dos tempos” (Mt
28,20). Junto do Pai, Ele continua sua missão de Sacerdote no louvor
eterno, na ação de graças e na intercessão. Estamos unidos a Ele nesta missão.
Nossa humanidade está unida à divindade em sua glorificação. “Ele está acima de
tudo, como cabeça da Igreja, que é seu Corpo, a Plenitude daquele que plenifica
tudo em todos (Ef 1,23).
Ele exerce uma contínua força de atração, pois “tendo-nos precedido na glória
como nossa Cabeça, para aí nos chama como membros do seu Corpo”(oração). Jesus é
glorificado coberto pela nuvem da Divina Presença. A humilhação da encarnação O ocultara sob a
forma de servo sofredor (Fl
2,6-11). A missão que é confiada à Igreja e a cada um é ser suas
testemunhas, fazendo discípulos seus todos os povos pela instrução e pelo
batismo (Mt 28,19-20).
Olhando
para o alto
A atitude dos discípulos de olhar para o alto, para onde foi Jesus, não
é um olhar perdido. Significa que a vida continua aqui como missão, como dizem
os Anjos. Ensina que o mistério de Cristo é um todo que envolve Sua
glorificação, União com o Pai e seu Domínio sobre todas as coisas. Jesus
continua o mesmo, mas em outra dimensão. Cristo mas Ressuscitado envia o
Espírito. Ele dissera: “Se Eu não for, não virá a vós o Consolador” (Jo,16,7). Meditando
os textos litúrgicos, que iluminam o mistério celebrado, vemos que a Ascensão
acende em nos a esperança. Ele nos atrai a Si, como Cabeça do Corpo e nos faz
viver em seu Reino. Unidos a Ele, participamos de sua Glória. O Espírito que
Cristo nos concede, ilumina-nos para conhecermos nossa realidade cristã e
torná-la fe e atuante no mundo. Jesus, em sua Ascensão, põe em ação sua missão
guiada pelo Espírito.
A Esperança do discípulo
Esta festa nos faz descobrir a esperança que seu
chamado nos dá, a riqueza da herança, a grandeza de seu poder por nós (Ef 1,18-19). Ele não
se afastou de nossa humildade, mas dá-nos a certeza de que nos conduzirá à
glória da imortalidade. A celebração da Ascensão é um convite a reconduzir este
mistério à grandeza de seu lugar como coroamento de toda obra da Redenção. Do
contrário não podemos dar por realizada a missão de Cristo. Na liturgia estamos
unidos a Cristo Sumo Sacerdote, pois ela é o exercício da função sacerdotal de
Cristo para santificação dos homens; nela, o Corpo Místico de Jesus Cristo,
presta a Deus o culto público integral. Na celebração eucarística vivemos esta vida do
Alto, sem tirar os pés do chão. Ele se faz presente na celebração.
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