Evangelho segundo S. Mateus 23,13-22.
Naquele
tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque fechais
aos homens o reino dos Céus: vós não entrais nem deixais entrar os que o
desejam. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque devorais as casas
das viúvas, com o pretexto de prolongadas orações. Por isso, sereis mais
rigorosamente julgados. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque
dais volta ao mar e à terra, para fazerdes um convertido, mas, tendo-o
conseguido, fazeis dele um merecedor da Geena, duas vezes mais do que vós. Ai de vós, guias cegos, que dizeis: ‘Quem jurar pelo santuário a nada se
obriga; mas quem jurar pelo ouro do santuário tem de cumprir’. Insensatos e
cegos! Que vale mais: o ouro ou o santuário que santifica o ouro? Dizeis
também: ‘Quem jurar pelo altar a nada se obriga; mas quem jurar pela oferenda
que está sobre o altar tem de cumprir’. Cegos! Que vale mais: a oferenda ou
o altar que santifica a oferenda? Na verdade, quem jura pelo altar jura por
tudo o que está sobre ele. E quem jura pelo Santuário jura por ele e por
Aquele que o habita. E quem jura pelo Céu jura pelo trono de Deus e por
Aquele que nele está sentado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Epístola dita de Barnabé (c. 130) §19
Há dois caminhos para o ensino e para a
ação: o da luz e o das trevas. É grande a distância entre esses dois caminhos.
Ao longo de um deles, estão os anjos de Deus, transportando a luz; no outro,
estão os anjos de Satanás. [...]
Eis o caminho da luz. Quem quiser
caminhar por ele até ao fim terá de se aplicar à sua tarefa. Este é o
conhecimento que nos foi dado para avançarmos nesse caminho: amarás aquele que
te criou, temerás o que te modelou, glorificarás o que te resgatou da morte,
serás simples de coração e rico de espírito. Não te ligarás aos que pisam o
caminho da morte. [...] Não te exaltarás, mas serás sempre humilde. Não
procurarás glória em nada, não tramarás maus desígnios contra o teu próximo.
[...] Não farás acepção de pessoas, salientando as suas faltas. Serás manso e
pacífico e respeitarás as palavras que tiveres ouvido. Não guardarás rancor ao
teu irmão.
Não te interrogarás sobre o que o amanhã te reserva. Não
invocarás em vão o nome do Senhor; amarás o teu próximo mais do que a vida. Não
praticarás o aborto nem farás morrer o recém-nascido. [...] Acolherás os
acontecimentos da tua vida como benefícios, sabendo que nada te acontece que não
venha de Deus. [...]
Partilharás tudo com o teu próximo, sem a nada
chamar o teu próprio bem (At 4,32). Porque, se pondes em comum os bens
incorruptíveis, quanto mais os que desaparecem. [...] Odiarás o mal até ao fim.
[...] Julgarás com equidade. Não criarás divisões, mas restabelecerás a paz,
reconciliando os adversários. Confessarás o teu pecado. Não virás rezar com má
consciência.
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