domingo, 27 de agosto de 2017

Homilia do 21º Domingo Comum (27.08.17)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
“Uma fé a serviço” 
Tu és o Filho de Deus vivo
              Por que Pedro tem essa reação tão forte e sincera sobre Jesus, quando a opinião geral sobre Ele estava bem disparatada. Depois de tanta presença de Jesus e de milagres, ainda não se deram conta. É o que vemos no mundo de hoje: Ainda não se deram conta da presença de Jesus no mundo como renovador. A resposta de Pedro é a confirmação do Pai a Jesus sobre sua missão: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16). Demonstra igualmente o reconhecimento de um ensinamento básico de Jesus: Somente os humildes e pequenos acolhem sua mensagem. Dissera: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e doutores e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11,25). Pedro é o pequeno que acolhe Jesus e é anunciador da maior verdade da fé: a Divindade de Jesus e sua missão. Por isso ele tem a chave. Essa chave não é o sinal de um poder terreno e jurídico de mando. Jesus diz a Pedro que sua proclamação de fé é a chave para abrir o Reino de Deus a todos. Pedro, que em hebraico é Cefas, e pedra que é também cefas, é um jogo de palavras para dizer que a pessoa de Pedro proclamando a fé é a base para a edificação da Igreja (não de pedras materiais, mas de pedras vivas). A Igreja, como Jesus, tem uma dimensão humana que é condição para que a fé se estabeleça. Isso foi revelado pelo Pai. Não é uma criação humana, como colocar a Igreja a par com outras denominações que não têm Jesus como Filho do Deus vivo. O ser humano tem condições de, por sua vida coerente, como nos escreve Isaias, ser uma estaca segura.
Edificarei a minha Igreja
Todos que proclamarem a fé como Pedro, entram na construção da Igreja, Reinado de Deus no mundo. Essa construção não é humana, como algo social, mas é a convocação de Deus (isso significa Igreja) para que se estabeleça o plano Divino da salvação de todos os povos. Numa primeira colocação temos que assumir que Jesus não depende da opinião humana. Não veio para agradar e satisfazer gostos e curiosidades. Veio para agradar o Pai: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que Me enviou” (Jo 4,34). A edificação da Igreja de Jesus foi sempre seguida da vontade do Pai. A liberdade de Jesus diante das situações do mundo é um estímulo a não identificarmos a Igreja com o mundo em que vivemos. Ela está para servir e não para se servir assumindo seus critérios. Em Pedro, foi fundamental seu humanismo, simplicidade e disposição para as coisas de Deus. Igualmente encontramos nele o Deus que o sustenta em sua fragilidade. Diz Jesus: “Não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu” (Mt 16,17). Em Pedro o Pai se une a todos nós que fazemos a mesma profissão de fé.
Tudo para a glória de Deus
Essa aproximação de Deus do ser humano, frágil, não tira de nós o dever e o direito de reconhecer a transcendência de Deus em sua misteriosa grandeza. É a oração que Paulo nos oferece na Carta aos Romanos (Rm 11,33-35) na qual reconhece o mistério de Deus que age em nós e por nós: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11,33). Como Deus é grande ao Se fazer tão pequeno em Cristo e assumir nossas condições. Somente sendo Deus pode manifestar tanto amor e tanta proximidade de nossa realidade. Ele quis precisar de nós para Se manifestar ao mundo. E continuamos reconhecendo sua presença em nossa fé tão frágil e tão potente. E podemos dizer: “Tudo é Dele, por Ele e para Ele. A Ele a glória para sempre. Amém
Leituras: Isaias 22,19-23; Salmo137; Romanos 11,33-36;Mateus 16.13-20  
1.    A fé de Pedro é provocada pelo Pai que confirma o Filho na sua identidade e missão.
2.    Os que proclamam a fé como Pedro, constroem a Igreja.
3.    A aproximação de Deus do ser humano não tira o direito de reconhecer sua grandeza.
            Chaves da casa
            Jesus deu a Pedro as chaves do Reino dos Céus para ser como que o administrador dons bens celestes. Ele o faz porque acreditou e proclamou sua fé. Todo aquele que crê tem as chaves da casa para si e para os outros.
            Não é possível crer em Cristo pela metade. Cristo não é uma idéia sobre a qual opinar como dizem os discípulos a Jesus: “Uns dizem que és João Batista... etc”. (Mt 16,14). A decisão tem que ser total: “Tú és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Com essa proclamação de fé, recebemos a chave da casa. Os bens de Deus estão em nossas mãos.
            Essas palavras manifestam o grande mistério de Deus que nos é confiado. Assim diz Paulo: “Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus”.
            Tudo que nos é dado na fé nos conduz a uma relação cada vez mais profunda de conhecimento e vida como Deus que se manifesta.

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