PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
“Uma fé a serviço”
Tu és o Filho de
Deus vivo
Por que Pedro
tem essa reação tão forte e sincera sobre Jesus, quando a opinião geral sobre
Ele estava bem disparatada. Depois de tanta presença de Jesus e de milagres,
ainda não se deram conta. É o que vemos no mundo de hoje: Ainda não se deram
conta da presença de Jesus no mundo como renovador. A resposta de Pedro é a confirmação
do Pai a Jesus sobre sua missão: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” (Mt
16,16).
Demonstra igualmente o reconhecimento de um ensinamento básico de Jesus:
Somente os humildes e pequenos acolhem sua mensagem. Dissera: “Eu te louvo, ó
Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e
doutores e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11,25). Pedro é o
pequeno que acolhe Jesus e é anunciador da maior verdade da fé: a Divindade de
Jesus e sua missão. Por isso ele tem a chave. Essa chave não é o sinal de um
poder terreno e jurídico de mando. Jesus diz a Pedro que sua proclamação de fé
é a chave para abrir o Reino de Deus a todos. Pedro, que em hebraico é Cefas, e
pedra que é também cefas, é um jogo de palavras para dizer que a pessoa de
Pedro proclamando a fé é a base para a edificação da Igreja (não de pedras
materiais, mas de pedras vivas). A Igreja, como Jesus, tem uma dimensão humana
que é condição para que a fé se estabeleça. Isso foi revelado pelo Pai. Não é
uma criação humana, como colocar a Igreja a par com outras denominações que não
têm Jesus como Filho do Deus vivo. O ser humano tem condições de, por sua vida
coerente, como nos escreve Isaias, ser uma estaca segura.
Edificarei a minha Igreja
Todos que
proclamarem a fé como Pedro, entram na construção da Igreja, Reinado de Deus no
mundo. Essa construção não é humana, como algo social, mas é a convocação de
Deus (isso significa Igreja) para que se estabeleça o plano Divino da salvação
de todos os povos. Numa primeira colocação temos que assumir que Jesus não
depende da opinião humana. Não veio para agradar e satisfazer gostos e
curiosidades. Veio para agradar o Pai: “Meu alimento é fazer a vontade daquele
que Me enviou” (Jo 4,34). A edificação da Igreja de Jesus
foi sempre seguida da vontade do Pai. A liberdade de Jesus diante das situações
do mundo é um estímulo a não identificarmos a Igreja com o mundo em que
vivemos. Ela está para servir e não para se servir assumindo seus critérios. Em
Pedro, foi fundamental seu humanismo, simplicidade e disposição para as coisas
de Deus. Igualmente encontramos nele o Deus que o sustenta em sua fragilidade.
Diz Jesus: “Não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está
no Céu” (Mt 16,17). Em Pedro o Pai se une a todos
nós que fazemos a mesma profissão de fé.
Tudo para a glória
de Deus
Essa aproximação de Deus do ser humano,
frágil, não tira de nós o dever e o direito de reconhecer a transcendência de
Deus em sua misteriosa grandeza. É a oração que Paulo nos oferece na Carta aos
Romanos (Rm 11,33-35) na qual
reconhece o mistério de Deus que age em nós e por nós: “Ó profundidade da
riqueza da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus
caminhos!” (Rm 11,33). Como Deus é grande ao Se fazer
tão pequeno em Cristo e assumir nossas condições. Somente sendo Deus pode
manifestar tanto amor e tanta proximidade de nossa realidade. Ele quis precisar
de nós para Se manifestar ao mundo. E continuamos reconhecendo sua presença em
nossa fé tão frágil e tão potente. E podemos dizer: “Tudo é Dele, por Ele e
para Ele. A Ele a glória para sempre. Amém
Leituras:
Isaias 22,19-23; Salmo137; Romanos 11,33-36;Mateus 16.13-20
1.
A
fé de Pedro é provocada pelo Pai que confirma o Filho na sua identidade e
missão.
2.
Os
que proclamam a fé como Pedro, constroem a Igreja.
3.
A
aproximação de Deus do ser humano não tira o direito de reconhecer sua
grandeza.
Chaves da casa
Jesus deu a Pedro as chaves do
Reino dos Céus para ser como que o administrador dons bens celestes. Ele o faz
porque acreditou e proclamou sua fé. Todo aquele que crê tem as chaves da casa
para si e para os outros.
Não
é possível crer em Cristo pela metade. Cristo não é uma idéia sobre a qual
opinar como dizem os discípulos a Jesus: “Uns dizem que és João Batista... etc”.
(Mt
16,14).
A decisão tem que ser total: “Tú és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt
16,16).
Com essa proclamação de fé, recebemos a chave da casa. Os bens de Deus estão em
nossas mãos.
Essas
palavras manifestam o grande mistério de Deus que nos é confiado. Assim diz
Paulo: “Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus”.
Tudo
que nos é dado na fé nos conduz a uma relação cada vez mais profunda de
conhecimento e vida como Deus que se manifesta.
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