Evangelho segundo São Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Papa, doutor da Igreja
Sermão 82, 6-7
Pedro e Paulo, sementes gloriosas da sementeira divina
«É preciosa aos olhos do Senhor a morte
dos que lhe são fiéis» (Sl 115,15).
Uma religião cujo fundamento é o mistério da cruz de Cristo não pode ser destruída por nenhum tipo de crueldade. A Igreja não é diminuída pela perseguição, mas fortalecida por ela: o campo do Senhor fica coberto por uma seara cada vez mais rica, porque as sementes, caindo uma a uma, renascem multiplicadas.
Milhares de mártires bem-aventurados testemunham a multiplicação da posteridade dessas duas gloriosas sementes da sementeira divina, os apóstolos Pedro e Paulo. Émulos de um e outro no seu triunfo, eles encheram a nossa cidade de Roma de uma multidão de púrpura, cujo brilho resplandece ao longe, e coroam-na com um diadema engastado com o esplendor de inúmeras pedras preciosas.
Nós alegramo-nos, amados filhos, celebrando a memória e invocando a proteção de todos estes santos que Deus nos deu como exemplos de paciência e sustentáculos da nossa fé. Mas devemos alegrar-nos ainda mais pela glória eminente destes dois apóstolos, que foram seus pais. A graça de Deus elevou-os tão alto entre todos os membros da Igreja que, neste corpo de que Cristo é a cabeça, eles podem ser comparados à luz dos dois olhos. Quando pensamos nos seus méritos e virtudes, que ultrapassam tudo o que se pode dizer deles, não devemos preferir um ao outro nem dissociá-los. Porque a mesma eleição os tornou iguais, a mesma tarefa os tornou semelhantes, o mesmo fim os uniu.
Como nós experimentámos e como os nossos predecessores atestaram, acreditamos e esperamos que as orações destes dois dignos protetores nos obtenham a misericórdia de Deus no meio das provações desta vida; assim, por muito esmagados que nos sintamos pelo peso dos nossos pecados, seremos elevados pelos méritos destes apóstolos.
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