Através da profunda união com Cristo, iniciada no batismo e alimentada pela oração, os sacramentos e a prática das virtudes evangélicas, homens e mulheres de todos os tempos, como filhos da Igreja, alcançaram a meta da santidade. São Santos porque colocaram Deus no centro da sua vida, fazendo da busca e difusão do seu Reino a razão da própria existência; são Santos porque as suas obras continuam a falar do seu amor total ao Senhor e aos irmãos, dando frutos copiosos graças à sua fé viva em Jesus Cristo e ao seu compromisso em amar, inclusivamente os inimigos, como Ele nos amou.
Papa João Paulo II – Homilia de Canonização –
21 de maio de 2000
José Isabel Flores Varela nasceu em Santa Maria da Paz, da paróquia de São João Batista, (Arquidiocese de Guadalajara), em 28 de novembro de 1866. Foi Capelão da paróquia de Zapotlanejo e por 26 anos ele derramou a caridade de seu ministério naquela capelania, sendo para todos um pai generoso e abnegado que os construiu com sua pobreza, seu espírito de sacrifício, sua piedade e sua sabedoria.
Seu ministério foi caracterizado por sua gentileza, responsabilidade e dedicação. Com seus paroquianos, ele sempre foi gentil, carinhoso, atencioso, ordeiro e pontual, nunca repreendendo ou tratando qualquer um com desdém.
Ele também era estudioso e culto. Sua retidão lhe rendeu o respeito e apreço do povo.
Uma infecção grave na mandíbula desfigurou seu rosto, e foi por isso que ele deixou uma longa barba, que imprimia respeitabilidade em suas feições.
Durante a suspensão do culto público, em 1926, muitos bispos e padres mexicanos concentraram-se em cidades importantes ou no exterior; outros, muito poucos, decidiram arriscar tudo, permanecendo em suas circunscrições territoriais.
Esse foi o caso do padre José Isabel, cuja fé, esperança e caridade, constantes em sua vida pessoal, brilham em seu martírio; em um estado de perseguição religiosa, ele continuou a atender os fiéis, tanto à frente do Vicariato como em numerosas fazendas.
O padre Flores administrava os sacramentos com cautela em casas particulares, já que ser denunciado à autoridade pública equivalia a apreensão, tortura e morte. Ele costumava dizer aos seus fiéis:
"Se eu me esconder, não terei a oportunidade de servi-los, nem a vocês, nem a seus filhos, ou doentes, ou casar aqueles que não tem medo. Assim disfarçado, os soldados não me conhecem e se eu for pego, O que acontecerá se minha cabeça for cortada? Também, se Cristo morreu por mim, eu também morrerei de bom grado por Ele."
Um velho companheiro, que o padre Flores havia protegido, denunciou-o ao cacique de Zapotlanejo e foi preso em 18 de junho de 1927, quando estava a caminho de um sítio para celebrar a Eucaristia.
Trancado em um lugar degradante, amarrado e maltratado; o cacique o fez escutar música ao mesmo tempo em que lhe oferecia: “Ei, que música linda, se você diz obedecer às leis, eu te deixo livre”. Sem ficar chateado, o mártir disse-lhe: “Eu vou ouvir melhor música no céu”.
Padre José Isabel manteve a palavra expressa várias vezes: “Antes morrer do que falhar a Deus”.
Em 21 de junho de 1927, ele foi conduzido, à noite, ao cemitério de Zapotlanejo. Eles tentaram enforcá-lo, mas não conseguiram.
O chefe, então, ordenou que eles atirassem nele, mas o soldado, que reconheceu o padre que o havia batizado, recusou-se a fazê-lo, e então o carrasco matou o soldado. Misteriosamente, as armas não dispararam contra o padre Flores, então um desses assassinos pegou uma grande faca e matou o valente mártir.
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