Nos caminhos da vida buscamos ao longe a felicidade. Em nosso caminho de fé recebemos a certeza de um prêmio celeste: “A esperança é como uma âncora para nossa vida. Ela é segura e firme, penetra até o outro lado da cortina do Santuário, onde Jesus entrou por nós como precursor...” (Hb 6,19-20). Sabemos em quem acreditamos (2Tm 1m12). A fé é a estrela guia que nos conduz até à mina do tesouro prometido por Jesus: “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. O tesouro que buscamos é a posse do Reino. É nele que colocamos as riquezas que acumulamos através dos bens que possuímos. Colocamos nosso coração nos bens futuros onde está nosso coração. A fé é possuir já o que se espera. A mentalidade do mundo é acumular bens para o presente. Esses bens são vítimas de tantos males: ladrão que rouba, economia que engole (já vimos esse filme), desvalorização programada para enriquecer outros e o mau uso. Esses males não chegam onde está o tesouro do Céu. Por isso Jesus convida a fazer bolsas que não se estragam. Jesus conforta o pequeno rebanho na sua esperança: “Não tenhais medo pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino” (Lc 12,32). A carta aos Hebreus fala da fé dos antigos como Abraão, Sara e outros, que buscavam a realização de uma promessa ao longe. Abraão partiu para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia (Hb 11,8). Moisés caminhava como se visse o invisível (Hb 11,27). O testemunho de fé dos antigos e da primeira comunidade anima-nos a compreender que há algo que vale mais que tudo que podemos conseguir de material. Deus quer que todos tenham o bem estar. O termômetro para saber que somos desapegados é quando sentimos em nosso coração o que falta aos outros. A compra dos bens espirituais se dará quando nos preocupamos com eles e tomamos atitudes concretas. Às vezes nos satisfazemos com um pouco de espiritualidade vazia e sem atitudes. Sem a caridade, a Igreja não é anunciadora do Reino.
Solidários nos bens e nos perigos
A solidariedade é uma riqueza que nos dá o grande tesouro no Céu. A fé que possui um tesouro no Céu, ao distante, não elimina a responsabilidade sobre o mundo. A força do povo foi a solidariedade: “Os filhos dos bons ofereceram sacrifícios secretamente e, de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos”(Sb 18,9). A solidariedade é o primeiro sinal de Páscoa que os hebreus celebraram no Egito. Na fé cristã, o primeiro tesouro é a fraternidade e o cuidado com os mais fracos. Os outros que têm bens podem se resolver por si, mesmo nas coisas espirituais. Então vamos nos dedicar aos necessitados.
Responsabilidade no serviço
Por fim pedimos “que tenhamos um coração de filhos para alcançarmos um dia, a herança que prometestes” (oração). A vigilância que a palavra de Deus nos pede não é um medo de ser pego em falta, mas de ser responsável por aquilo que nos foi confiado no Reino. Que o Senhor, ao chegar nos encontre em nosso lugar. Convém ao administrador, que seja fiel. Ao receber a responsabilidade, recebemos um grande dom do qual devemos prestar contas: “A quem muito foi dado, muito será pedido. A quem muito foi confiado, muito mais será exigido” (Lc 12,48). Quem muito recebeu deve prestar maiores contas. Somos responsáveis diante de Deus pelos imensos bens, tanto materiais como espirituais que recebemos. Em cada Eucaristia podemos revisar nossa vida diante da Palavra.
Leituras:Sabedoria 18,6-9;Salmo 32;
Hebreus 11,1-2.8-12;Lucas 12,32-48.
1. Buscamos a felicidade. O Reino é o tesouro que buscamos. No tesouro está nosso coração. A fé nos ensina que já possuímos o que esperamos. A mentalidade do mundo é acumular para o presente. Estes bens são vítimas de tantos males. Aprendemos que a fé nos mostra bens que vão além do material. Ser desapegado é preocupar-se com os outros.
2. A solidariedade é uma riqueza que nos dá o grande tesouro no Céu. Isso não elimina a responsabilidade sobre o mundo. Em nossa fé, o primeiro tesouro é a solidariedade. É o primeiro sinal da Páscoa. Quem tem bens pode resolver-se por si. Então vamos aos necessitados.
3. A vigilância não é medo de ser pego em falta, mas ser responsável pelo que nos foi confiado no Reino. Ao receber uma responsabilidade, recebemos um dom do qual vamos prestar contas. Somos responsáveis pelos imensos bens, espirituais ou materiais que recebemos. Em cada Eucaristia podemos revisar.
Caixa forte
Ladrão não assalta o Céu. Então vamos garantir nossos bens por lá. “Onde está o vosso tesouro, aí está o vosso coração” (Lc 12,34). O que possuímos para nosso bem é para fazermos muitos bens. Assim temos o equilíbrio interior e o equilíbrio do mundo. Nossos bens, tanto materiais, como espirituais são para serem multiplicados. Eles aumentam, não quando guardamos, mas quando distribuímos. O amor multiplica.
O tesouro se adquire pela fé: “A fé é um modo de já possuir o que se espera, a convicção acerca das realidades que ao se vêem” (Hb 11,1).
Quando Jesus nos ensina a estar preparados, pois o Senhor virá de uma hora para a outra, está dizendo que temos que cumprir nossa parte: “A quem muito foi dado, muito será pedido”. A vida é uma escolha pessoal.
Homilia do 19º Domingo Comum (11.08.2013)
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