Evangelho segundo São Mateus 6,7-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos, porque pensam que serão atendidos por falarem muito.
Não sejais como eles, porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes de vós Lho pedirdes.
Orai assim: "Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal".
Porque, se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai celeste vos perdoará.
Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as vossas faltas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Fundador de mosteiro em Marselha
Sobre a oração, XIX; SC 54
«Venha a nós o vosso reino»
No segundo pedido [da oração do pai-nosso], a alma puríssima exprime o desejo de ver chegar muito em breve o reino de seu Pai.
Ao dizer isto, pode visar, em primeiro lugar, o reino inaugurado em cada dia por Cristo na alma dos santos. É isso que acontece uma vez o diabo expulso do nosso coração mais os seus vícios, com os quais o infetava, e desfeito o seu império: Deus entra soberano em nós, espalhando o bom odor das virtudes: vencida a fornicação, é a castidade que reina na nossa alma; ultrapassada a raiva, a tranquilidade; calcada aos pés a soberba, a humildade.
Pode também ter em vista aquilo que foi prometido para um tempo antecipadamente estabelecido a todos os perfeitos de uma maneira geral, a todos os filhos de Deus. Então, Cristo dir-lhes-á: «Vinde, benditos do meu Pai; herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo» (Mt 25,34). A alma mantém o seu olhar ardentemente fixo nesta feliz palavra, cheia de desejo e de esperança, e exclama: «Venha a nós o vosso reino» Sabe bem, porque disso lhe dá testemunho a sua consciência, que, mal ele surja, entrará na partilha deste Reino.
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