Evangelho segundo São Mateus 23,1-12.
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo:
«Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus.
Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover.
Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam os filactérios e ampliam as borlas;
gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas,
das saudações nas praças públicas e que os tratem por mestres. Vós, porém, não vos deixeis tratar por mestres,
porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos.
Na Terra, não chameis a ninguém vosso pai, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste.
Nem vos deixeis tratar por doutores, porque um só é o vosso doutor, o Messias.
Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo.
Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Terceira dominicana, doutora da Igreja,
copadroeira da Europa
Diálogos, cap. 4
«Quem se humilha será exaltado»
[Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] Pedes-Me para Me conhecer e Me amar, a Mim, que sou a Verdade suprema. Eis a via para quem quer chegar a conhecer-Me plenamente e apreciar-Me, a Mim, que sou a Verdade eterna: não saias nunca do conhecimento de ti e, abaixada no vale da humildade, em ti mesma Me conhecerás. E a este conhecimento irás buscar tudo o que te falta, tudo o que te é necessário. Nenhuma virtude tem vida em si própria, se a não tira da caridade; ora, a humildade é a senhora e a governanta da caridade. No conhecimento de ti mesma, tornar-te-ás humilde, pois verás que nada és por ti e que o teu ser vem de Mim, uma vez que Eu vos amei antes mesmo de terdes existido. Foi devido a este amor inefável que tenho por vós que, querendo recriar-vos pela graça, vos lavei e recriei no sangue derramado pelo meu Filho único com tão grande fogo de amor.
Só este sangue dá a conhecer a verdade àquele que tiver dissipado a nuvem do amor-próprio através do conhecimento de si. Com este conhecimento de Mim, a alma abrasa-se com um amor inefável e, devido a este amor, experimenta uma dor contínua. Não é uma dor que a aflija ou a seque (longe disso, pelo contrário, fecunda-a); mas, uma vez que conheceu a minha verdade, as suas próprias faltas, e a ingratidão e cegueira do próximo, sente uma dor intolerável. Aflige-se apenas porque Me ama; se não Me amasse, não se afligiria.
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